7.10.12

ESTUDO DA SEDES - Desemprego afeta um quinto das famílias por Céu Neves e Fernanda Câncio02 outubro 2012 Fotografia © Luís Costa Carvalho-Global Imagens Um quinto das famílias vive com pelo menos um desempregado em casa, revela o inquérito da SEDES a que o DN teve acesso. Não são apenas os desempregados e os que temem perder o emprego com mais problemas na gestão do dia-a-dia. Os residentes no Litoral Norte e Algarve, as mulheres e os que têm mais de 54 anos são os mais afetados pelo desemprego, o que afeta o bem-estar dos residentes em Portugal, conclui o questionário realizado entre Março e Abril deste ano. Um desempregado em 18,7% das famílias - 4, 048 milhões de agregados familiares nos Censos de 2011 - significaria pelo menos 757 mil desempregados, menos 70 mil que os dados do Instituto Nacional de Estatística (INE), 827 mil no segundo trimestre de 2012. Cortes das despesas A atitude dos portugueses perante a crise revela-se num "menor consumo em geral" em todas as rubricas equacionadas pelo estudo (lazer, bens essenciais, saúde e educação, ver texto ao lado), situação agravada entre os desempregados ou que colocam a possibilidade de o vir a ser. Entre os que trabalham, 5% dos indivíduos não conseguem fazer face às despesas, "o que revela uma diminuição dos rendimentos". Os autores do estudo sublinham que também a "incerteza" quanto ao futuro se traduz na contenção das despesas da população em geral. Lazer e bens essenciais Nos lares portugueses, os "cortes"começam pelas atividades de lazer (32,2%), seguindo-se uma redução na despesa com os bens de consumo essenciais (30,3%), nas despesas com alimentação, água, eletricidade e gás), refere o estuda da SEDES. A terceira rubrica a sofrer com a crise é a da saúde (22,2%), os portugueses vão menos ao dentista, ao médico de família e fazem menos exames de rotina). Já a educação é a última área a diminuir os gastos. Revoltados mas satisfeitos 52% estão revoltados com a situação atual e 60% confiam que "há-de passar". Mas 70% revela-se satisfeito com a vida que têm. O stress afeta 47% dos inquiridos e 38% não dormem bem. A crise afetou negativamente os relacionamentos pessoais de 18% das pessoas, enquanto que para 17% teve um impacto positivo. Amostra Realizadas 980 entrevistas telefónicas a indivíduos com 18 e mais anos, uma amostra estratificada por idade e região. A recolha de dados foi realizada entre 23 de Março e 13 de Abril de 2012.

por Céu Neves e Fernanda Câncio, in Diário de Notícias

Um quinto das famílias vive com pelo menos um desempregado em casa, revela o inquérito da SEDES a que o DN teve acesso. Não são apenas os desempregados e os que temem perder o emprego com mais problemas na gestão do dia-a-dia.

Os residentes no Litoral Norte e Algarve, as mulheres e os que têm mais de 54 anos são os mais afetados pelo desemprego, o que afeta o bem-estar dos residentes em Portugal, conclui o questionário realizado entre Março e Abril deste ano.

Um desempregado em 18,7% das famílias - 4, 048 milhões de agregados familiares nos Censos de 2011 - significaria pelo menos 757 mil desempregados, menos 70 mil que os dados do Instituto Nacional de Estatística (INE), 827 mil no segundo trimestre de 2012.

Cortes das despesas
A atitude dos portugueses perante a crise revela-se num "menor consumo em geral" em todas as rubricas equacionadas pelo estudo (lazer, bens essenciais, saúde e educação, ver texto ao lado), situação agravada entre os desempregados ou que colocam a possibilidade de o vir a ser.

Entre os que trabalham, 5% dos indivíduos não conseguem fazer face às despesas, "o que revela uma diminuição dos rendimentos".

Os autores do estudo sublinham que também a "incerteza" quanto ao futuro se traduz na contenção das despesas da população em geral.

Lazer e bens essenciais
Nos lares portugueses, os "cortes"começam pelas atividades de lazer (32,2%), seguindo-se uma redução na despesa com os bens de consumo essenciais (30,3%), nas despesas com alimentação, água, eletricidade e gás), refere o estuda da SEDES.
A terceira rubrica a sofrer com a crise é a da saúde (22,2%), os portugueses vão menos ao dentista, ao médico de família e fazem menos exames de rotina).
Já a educação é a última área a diminuir os gastos.

Revoltados mas satisfeitos
52% estão revoltados com a situação atual e 60% confiam que "há-de passar". Mas 70% revela-se satisfeito com a vida que têm.

O stress afeta 47% dos inquiridos e 38% não dormem bem.

A crise afetou negativamente os relacionamentos pessoais de 18% das pessoas, enquanto que para 17% teve um impacto positivo.

Amostra
Realizadas 980 entrevistas telefónicas a indivíduos com 18 e mais anos, uma amostra estratificada por idade e região. A recolha de dados foi realizada entre 23 de Março e 13 de Abril de 2012.