por João Céu e Silva, in Diário de Notícias
Foi operário metalúrgico na Lisnave e sindicalista mas hoje lidera os empresários portugueses ao presidir à CIP - Confederação Empresarial de Portugal. Quando se fala em greve geral, admite que não falta vontade aos empresários em participar uma ação destas.
"Vontade não nos falta, tenho que confessar, porque muitas vezes a letargia, a burocracia e os anúncios inesperados do Governo levam-nos a um grande grau de indignação", diz.
Crítica o Governo por não ter liderança, nem pensar o crescimento económico: "Aquilo que eu exigiria deste Governo é que ao fim de 15 meses tivesse ido um pouco mais longe. E contrapõe a resiliência da maior parte das empresas portuguesas nesta crise e ao longo dos 13 últimos anos: Falta-nos é algum músculo e dimensão, daí que tenha defendido em sede própria que é preciso promover as fusões e concentrações."
Considera que os ministros das Finanças e da Economia se devem complementar: "Temos hoje muita finança na nossa sociedade e muito pouca economia."
Para António Saraiva, já não é aceitável o programa de ajustamento que o Estado português contratou com a troika em maio de 2011: "Foi feito num momento e numa situação de emergência em que o País estava na iminência de entrar em bancarrota. A troika devia fazer hoje uma nova radiografia da situação e comparar a que nos tira em outubro de 2012 com a que o País tinha em maio de 2011. E é a troika que vai perceber que a realidade mudou, porque mudou a economia internacional, porque mudou a União Europeia."