18.10.12

Pobreza: A opinião de que “hoje estamos mais pobres” é generalizada…

in Voz da Planície

A Voz da Planície recolheu depoimentos de pessoas de Beja que confirmam que hoje, quando se fala de pobreza, este flagelo já não aparece ligado a grupos, características, ou condições sociais, mas que toca a todos, embora de forma particular e nos aspectos que cada um privilegia.

A Voz da Planície voltou a sair à rua para ouvir as pessoas e desta vez perguntou “se hoje, estamos mais, ou menos pobres”. Nas respostas recolhidas todos responderam que nos nossos dias, “há mais pobreza”, que “temos menos rendimento disponível e poder de compra”.

Maria João Macedo, de 43 anos, afirmou que “estamos mais pobres, em todos os sentidos. Temos menos rendimento disponível, porque ganhamos efectivamente menos e os empregos escasseiam. Se calhar há 50 anos vivia-se melhor com os rendimentos que temos hoje, mas as coisas evoluíram, ganhámos novos hábitos, e ainda bem, e por isso mesmo, precisamos de mais dinheiro para ter mais qualidade de vida e acesso a ofertas como a cultura, que na minha opinião é fundamental. Apesar de tudo, sou uma optimista, penso que há um caminho e que o vamos conseguir encontrar. O que é preciso é nunca baixar os braços, para podermos seguir sempre em frente”.

Tânia Matias, de 36 anos, disse também que “hoje”, tem “menos dinheiro do que há 15 anos”, quando começou a trabalhar, que já fez contas e que chegou à conclusão que vai “receber, nos próximos tempos, ainda menos”.

Opinião idêntica tem Maria José Hilário, de 45 anos, acha que se “ganha cada vez menos” e que “não existe poder de compra”.

O mesmo afirma Maria José, de 50 anos, desempregada, ao dizer que “as despesas aumentaram” e que “aquilo que se ganha não chega para honrar os compromissos”.

Com 75 anos, Fernanda Gonçalves de Jesus, reformada, garante que está “mais pobre”, que “não tem dinheiro para nada” e que nunca tinha visto “o País assim”. Também Aurora, de 62 anos, aposentada, assegura que “a reforma não chega para pagar as despesas”, que recebeu no passado dia 10 e que está “sem dinheiro”.

Já António Azevedo, de 57 anos e pré-aposentado, considera que “pior não pode ficar” e acredita que “daqui a algum tempo, as coisas vão ter que melhorar”. Acrescentou que “hoje a pobreza é maior devido ao estado em que as coisas se encontram”, que “a falta de esperança instalou-se nas pessoas” e que “isso não ajuda a melhorar a situação”.

Não deixa de ser curioso registar também que até os mais jovens reconheçam que “há menos dinheiro” e que não podem “ter tudo” o que desejam. Isto mesmo disse Francisco Raposo, de 13 anos, ao explicar que “agora, devido à crise”, os pais não lhe podem comprar “as coisas novas que vão saindo”. Para Este jovem de 13 anos “isto com Pedro Passos Coelho no Governo não vai lá”.

Ana Elias de Freitas