22.11.12

Despesas com Estado social descem para 25% do PIB

in Jornal de Notícias

As despesas públicas de proteção social em Portugal vão representar em 2012 um total de 25% do Produto Interno Bruto do país, um quarto do seu total, perspetiva a Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico.

Tal valor, aponta a Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE), representa um abrandamento face aos 25,2% de 2011 e os 25,6% de 2010 e 2009, de acordo com dados disponíveis na página de internet da OCDE, que divulgou uma ferramenta que incorpora os gastos com o Estado social no período pós-crise financeira.

Pensões, gastos na área da Saúde e despesas referentes a subsídios de desemprego ou de habitação são algumas das áreas abordadas pela OCDE.

As despesas públicas de proteção social aumentaram para 22% do PIB nos países da OCDE desde o começo da atual crise: em 2007 os gastos nesta matéria eram, em média, de 19% do PIB nos países da organização, valor que passou para 22% entre 2009 e 2011 e cujas previsões apontam para a sua manutenção nesse patamar este ano.

A crise económica global teve um "impacto importante" sobre os recursos económicos absorvidos pelo Estado social, em concreto nos 17 países do euro.

A quebra do PIB nalguns países, afetados pela crise, em particular na zona euro, leva também a uma maior fatia do Estado social nas despesas globais.

Em Portugal, o PIB "real" desceu mais de 5% desde 2007, estima a OCDE, acompanhando países como República Checa, Islândia, Itália, Eslovénia, Espanha e Reino Unido.

A OCDE alerta que o "desafio" atual passa por "salvaguardar o apoio social para as gerações futuras" nos países ligados à entidade.

"Os gastos sociais aumentaram significativamente durante 2008 e 2009, e estabilizaram-se desde então. O crescimento económico segue, em linhas gerais, a tendência oposta", lamenta a organização.

O PIB de Portugal ascendeu a 171.112 milhões de euros em 2011, segundo dados do Instituto Nacional de Estatística (INE).

A discussão em torno do Estado social e do seu peso no país tem marcado as últimas semanas na política nacional mas também europeia.