in Jornal de Notícias
A cimeira extraordinária de chefes de estado e de governo da União Europeia sobre o orçamento comunitário plurianual para 2014-2020 terminou esta tarde, em Bruxelas, sem que os líderes europeus tenham alcançado um compromisso.
Os dirigentes europeus retomaram os trabalhos na manhã desta sexta-feira, um dia preenchido com encontros bilaterais com o presidente do Conselho europeu, Herman Van Rompuy, e entre as diversas delegações.
No entanto, não conseguiram ultrapassar as divergências, em particular sobre as reduções no orçamento comunitário para o período 2014-2020, solicitado por alguns estados-membros, ou a repartição das reduções das despesas entre as diversas políticas europeias.
O primeiro-ministro britânico, David Cameron, confirmou o impasse, ao referir que "na atual situação não se registam progressos", antes de sublinhar a necessidade de "cortar nas despesas que não se pode suportar".
Os chefes de estado e de governo retomaram formalmente os trabalhos já perto das 12.30 horas locais com um almoço de trabalho, para analisar uma nova proposta elaborada pelo presidente do Conselho Europeu, Herman van Rompuy.
Após a ronda de consultas de quinta-feira, Van Rompuy decidiu manter um corte de 80 mil milhões de euros para o orçamento 2014-2020, comparativamente à proposta original da Comissão Europeia, mas com uma redistribuição dos cortes que atenua as reduções nas áreas da coesão e agricultura, consideradas prioritárias por diversos estados-membros, caso da França, Espanha ou Portugal.
Pedro Passos Coelho disse que a nova proposta de orçamento é uma boa "base" para um acordo, "talvez no princípio do próximo ano", e "melhor para Portugal" que a anterior.
Quanto às preocupações de Portugal, o primeiro-ministro, escusando-se a "entrar em detalhes", disse que foram dados passos positivos, embora haja ainda trabalho pela frente.