in Notícias ao Minuto
As Comissões de Proteção de Crianças e Jovens (CPCJ) da região Oeste propuseram à comissão nacional o reforço de horas dadas aos elementos das comissões restritas para reduzir o voluntariado e melhorar a sua intervenção.
A presidente da CPCJ de Peniche, Clara Abrantes, disse hoje que a proposta saiu do VIII Encontro das CPCJ's do Oeste, realizado na quarta-feira, e foi remetida à Comissão Nacional de Proteção de Crianças e Jovens, cujo presidente a terá acolhido de forma positiva.
"Muitas vezes, os elementos atuam em voluntariado porque as horas que lhes são dispensadas para a CPCJ são insuficientes, além de que se nota por parte das escolas e de outras entidades, como a Segurança Social, alguma resistência na flexibilidade dos horários de trabalho, dificultando a intervenção junto das vítimas", justificou.
A proposta tem como objetivo "aumentar a eficácia da sua intervenção" e necessita do envolvimento dos ministérios da Educação, Saúde e Segurança Social.
Com a mesma finalidade, propuseram a realização de um plano de formação anual.
A presidente da CPCJ de Peniche explicou que, ao fim de seis anos de mandato, os elementos das comissões restritas têm de ser substituídos e, quando entram novos representantes, desconhecem a metodologia usada para a avaliação do diagnóstico dos casos.
"Temos um adolescente com muitas dificuldades de aprendizagem, mas com um comportamento muito estável. A dada altura deixou de tomar um medicamento para a concentração e a ter um comportamento instável. Como os técnicos desconheciam a toma desse medicamento e como tem uma família problemática, acabou por ser punido pela escola e pela família", detalhou Clara Abrantes, dando o exemplo de uma situação mal diagnosticada.
O Encontro foi subordinado ao tema ‘Negligência hoje, que futuro?' e juntou as CPCJ de Alcobaça, Alenquer, Arruda dos Vinhos, Bombarral, Cadaval, Caldas da Rainha, Lourinhã, Nazaré, Óbidos, Peniche, Sobral de Monte Agraço e Torres Vedras.