Por António Ribeiro Ferreira, in iOnline
Emigrantes vão ser obrigados a arranjar trabalho num período de três a seis meses. Depois saem
Primeiro foram os búlgaros e os romenos que levaram vários governos europeus a porem em causa o direito à livre circulação no espaço da União Europeia. Agora há governos, como o da Alemanha, a grande coligação entre democratas-cristãos e sociais-democratas, que começam a aprovar medidas que põem em causa um dos pilares da União Europeia e estendem a proibição de circulação a todos os cidadãos europeus, sem excepção. A crise económica da Europa não atingiu a Alemanha, mas o governo da senhora Angela Merkel prefere prevenir a remediar. E com o avanço da extrema-direita em vários países nas vésperas das eleições europeias, o executivo alemão aprovou ontem em Conselho de Ministros um relatório intermédio que propõe que sejam retiradas as ajudas sociais aos imigrantes que delas abusem, depois de uma forte polémica relacionada com os benefícios reclamados pelos búlgaros e pelos romenos na Alemanha.
O relatório de 133 páginas prevê, entre outras coisas, um período de três a seis meses para arranjar trabalho na Alemanha ou sair do país, noticiaram as agências Reuters e AFP. O documento pretende também que sejam criadas regras para que uma família imigrante possa receber ajudas para os seus filhos. Pretende-se ainda que quem abusou dos apoios sociais alemães no âmbito da livre circulação de trabalhadores que existe na União Europeia não possa voltar à Alemanha.
O relatório foi aprovado em Conselho de Ministros pela grande coligação CDU/CSU-SPD, liderada pela chanceler Angela Merkel. A CSU, congénere bávara da CDU, é particularmente rigorosa em matéria de imigração e já depois do resultado do referendo na Suíça tinha sugerido que a Alemanha também endurecesse as suas regras para os imigrantes. A comissão que produziu este relatório intermédio, diz a AFP, é composta por secretários de Estado de vários ministérios e deverá entregar o seu relatório final em Junho.