26.3.14

BE agenda para esta tarde debate no parlamento sobre pobreza

in iOnline

O número de portugueses em risco de pobreza aumentou entre 2011 e 2012, atingindo 18,7% da população

O Bloco de Esquerda (BE) agendou para hoje um debate no parlamento sobre o "aumento alarmante do risco de pobreza em Portugal", numa semana em que o INE divulgou novos números sobre o tema.

O debate agendado pelo Bloco arrancará pelas 15:00 e "antecederá todos os trabalhos marcados para o dia", revelou fonte do partido.

O número de portugueses em risco de pobreza aumentou entre 2011 e 2012, atingindo 18,7% da população, ou seja, quase dois milhões de pessoas, um valor que poderia aumentar para quase 50% se não existissem transferências sociais.

Os dados constam do mais recente Inquérito às Condições de Vida e Rendimento (EU-SILC) do Instituto Nacional de Estatística (INE), divulgados no começo da semana e que mostram que em 2012 18,7% da população portuguesa estava em risco de pobreza, mais oito pontos percentuais do que em 2011.

O Governo, pelo ministro-adjunto Miguel Poiares Maduro, comentou na terça-feira os dados do INE.

"Os portugueses sabem que com a crise gravíssima em que o país se encontrou a partir de 2009, e ainda com o anterior Governo, é natural que sacrifícios fortes tenham sido impostos e sofridos pelos portugueses e foi isso que aconteceu", afirmou o governante numa conferência em Lisboa.

No entanto, e apesar desta subida, Poiares Maduro considerou que "estes dados demonstram também a preocupação do atual Governo de proteger os que menos têm, como é o caso dos pensionistas em risco de pobreza", um número que, segundo o ministro, "diminuiu" nos últimos dois anos.

Os partidos também já fizeram declarações públicas sobre a matéria, com a esquerda a criticar a "política de empobrecimento" do Governo, o CDS-PP a reconhecer que os números do INE são "preocupantes" e um incentivo a "redobrar os esforços" no seu combate e o PSD a lembrar que 2012 foi o ano de "maior impacto" nos sacrifícios pedidos mas a antever melhorias nos dados já no próximo relatório sobre 2013.