por Agência Lusa, publicado por Helder Robalo, in Diário de Notícias
Vila Pouca de Aguiar está a arrancar com um projeto que visa prevenir a pobreza infantil, combater o desemprego e o despovoamento e inverter o envelhecimento, identificados como os maiores problemas sociais do concelho.
"O concelho para ter futuro tem que conseguir fixar os seus jovens e até conseguir uma migração de jovens de outras áreas do país", afirmou hoje à agência Lusa o presidente do município transmontano, Alberto Machado.
Para alcançar os objetivos, explicou o autarca, é por isso que o Contrato Local de Desenvolvimento Social Mais (CLDS+), aprovado para Vila Pouca de Aguiar, vai ter uma forte incidência no combate ao despovoamento e na inversão do envelhecimento, bem como na "empregabilidade", ajudando na criação do autoemprego e na procura de emprego.
"Em Vila Pouca de Aguiar temos uma população envelhecida. Temos inclusive uma freguesia, a União de Freguesias de Parada de Monteiros/Pensalves, em que a população com mais de 65 anos já é superior à população de 19 a 64 anos", sublinhou.
Em todas as outras freguesias, a população com mais de 65 anos é superior à dos jovens, até aos 19 anos, acrescentou Alberto Machado. Neste município estão inscritas cerca de 800 pessoas no centro de emprego.
Susana Rodrigues, coordenadora da equipa do CLDS+, destacou o primeiro eixo do projeto dirigido ao "emprego, formação e qualificação", como sendo aquele que vai ter o "maior número de ações" e onde vão "empenhar mais as forças".
A aposta vai para a ajuda à criação do próprio emprego, informando os interessados sobre os apoios existentes, realizando ações de sensibilização e workshops, promovendo ainda uma "bolsa de ideias" que ajude a identificar áreas potenciais de investimento.
Depois, serão realizadas ações de informação para os desempregados "no sentido de adotarem uma atitude mais ativa na procura de emprego", fazendo também a ligação entre os cidadãos e as empresas. O segundo eixo do programa visa uma "intervenção familiar e a prevenção da pobreza infantil".
Susana Rodrigues referiu que a "pobreza infantil" foi uma das situações diagnosticadas no concelho.
Por isso, vai ser dinamizado um centro de recursos vocacionado para o apoio às crianças, intervindo ainda a nível da socialização, da terapia da fala e até na criação de um programa ocupacional para jovens portadores de deficiência.
Depois será ainda criada uma rede de voluntariado de proximidade para apoiar as pessoas idosas e deficientes. "As pessoas estão muito sozinhas, não têm ninguém que lhes faça companhia, que lhes leia uma carta ou os ponha em contacto com a família. Pensamos em recorrer às novas tecnologias, como os canais de conversação na internet, para os por a falar com familiares", sublinhou a responsável.
O CLDS+ vai ainda apostar na prevenção de comportamentos de risco, que foi identificada como uma lacuna existente no concelho.
Por isso, segundo Susana Rodrigues, serão realizadas ações junto da comunidade escolar ou dos proprietários ou frequentadores de bares, trabalhando ao nível da prevenção dos comportamentos de risco, do consumo de álcool ou drogas, e na promoção de estilos de vida saudáveis.
No terceiro eixo, será feito um trabalho junto das associações locais, com destaque para os 60 conselhos diretivos, no sentido de os apoiar a desenvolver projetos em favor da comunidade e aceder aos fundos comunitários.