por Octávio Lousada Oliveira, in Diário de Notícias
Professor universitário que coordena o grupo de trabalho sobre questões de natalidade defende que o País, com a atual quebra demográfica, não tem "qualquer hipótese de subsistência".
Joaquim Azevedo, coordenador do grupo de trabalho designado pelo Governo para estudar questões demográficas - em particular a natalidade -, afirmou esta terça-feira, nas jornadas parlamentares do PSD, em Viseu, que Portugal "é completamente insustentável", assinalando que "antes do fim do século, o País terá sete milhões" de habitantes, maioritariamente idosos.
"O País não tem qualquer hipótese de subsistência. Não podemos olhar para isto com indiferença, é a cultura portuguesa que está em jogo. Somos quase uma espécie em vias de extinção", alertou o professor universitário, para quem "a sirene da insustentabilidade demográfica" tem estado "constantemente a tocar", isto é, desde que a média de filhos por casal desceu a fasquia de 1,5.
Joaquim Azevedo assinalou, por isso, a "perda de 150 portugueses por dia", pelo que defendeu na conferência desta manhã que terá de se intervir no domínio do emprego, com apoios aos pais, às empresas e incentivos ao trabalho parcial e ainda no sector da educação, mais concretamente através da revisão dos custos para crianças dos zero aos três anos.
Preponderante é também, no entender do académico, salvaguardar o papel da mulher neste capítulo. E justifica: "A maioria das empresas não é amiga da natalidade e até prejudica as mulheres com mecanismos que chegam a raiar o inimaginável. Por isso, as mulheres temem imenso ter filhos."