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Em Portugal, as necessidades brutas de financiamento ascendiam a 28.650 milhões de euros em 2013 e a 34.211 milhões de euros em 2014, o equivalente a 15,8% e 18,7% do PIB, respectivamente
A Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE) estimou hoje que o rácio da dívida sobre o PIB dos países da instituição deverá ultrapassar o pico atingido na II Guerra Mundial em 2014, superando os 116%.
No 'Sovereign Borrowing Outlook 2014', hoje publicado, a OCDE antecipa que o rácio da dívida pública sobre o Produto Interno Bruto (PIB) "vai aumentar mais e permanecer em níveis elevados num futuro próximo", estimando que "ultrapasse o máximo [registado no período] da II Guerra Mundial, de 1941 a 1945, em que a dívida atingiu os 116% do PIB, em média.
A OCDE refere que as contas orçamentais se deterioraram muito com a crise financeira global de 2007, calculando que esta crise explique cerca de dois terços do aumento do rácio da dívida sobre o PIB nas economias desenvolvidas.
"A crise financeira global de 2007/2009 (a crise financeira mais séria de que há registo) colocou tanta pressão no aumento dos rácios da dívida pública na área da OCDE que se estima que, com um rácio de 115,6% do PIB em 2013, o pico registado na II Guerra Mundial está quase a ser alcançado. De facto, estima-se que a dívida pública em percentagem do PIB ultrapasse o máximo da II Guerra Mundial em 2014", lê-se no relatório hoje divulgado.
Quanto aos défices dos países e tendo em conta o contexto de incerteza quanto às perspetivas económicas, a OCDE estima que o défice orçamental dos países da Organização tenha ficado nos 5,9% em 2012, estimando-se que caia para os 4,8% em 2013 e para os 4% em 2012.
Relativamente às necessidades de financiamento, a OCDE destaca persistem "desafios significativos", tendo em conta os elevados níveis de reembolsos em vários países.
A OCDE estima que as necessidades brutas de financiamento dos países que integram a instituição tenham caído ligeiramente dos 11 biliões de dólares em 2012 para os 10,8 biliões de dólares em 2013, esperando-se que recuem novamente para os 10,6 biliões de dólares em 2014.
No caso dos países da OCDE que pertencem à zona euro, em média, as necessidades brutas de financiamento em percentagem do PIB atingiram um pico em 2009, para os 18,4%, tendo caído significativamente desde aí e estimando-se que caiam para cerca de 15,7% em 2013 e para os 14,4% em 2014.
Em Portugal, as necessidades brutas de financiamento ascendiam a 28.650 milhões de euros em 2013 e a 34.211 milhões de euros em 2014, o equivalente a 15,8% e 18,7% do PIB, respetivamente.