Carina Fonseca, in Jornal de Notícias
"Os senhores têm fome?", pergunta uma voluntária do Centro de Acolhimento João Paulo II, em Coimbra, ao abeirar-se de Cristina Santos, de 46 anos, que dorme na rua, na zona do Calhabé, com o companheiro, Carlos Santos, de 44 anos, desde segunda-feira, quando foram obrigados a deixar a casa desabitada onde se abrigavam.
Cristina agradece o saco com comida. E explica ao JN: "Vivemos de ajudas. Estamos aqui sem dinheiro, sem comida, sem abrigo". Conta que o casal (ele de Pampilhosa da Serra, ela do Minho) rumou a Coimbra à procura de trabalho, sem êxito. Estão ambos desempregados. "Não me importo de ir trabalhar para as obras, qualquer coisa que apareça", garante Carlos Santos, que trabalhou, como cozinheiro, em Lisboa.