11.3.08

Desemprego em quebra mas ainda muito alto

AF, in Jornal de Notícias

A taxa de desemprego em Portugal tem vindo a baixar nos últimos meses e a um ritmo cada vez mais acelerado, mas ainda insuficiente para deixar para trás o grupo dos países mais afectados pela falta de trabalho, indicou, ontem, a OCDE, a Organização de Cooperação e de Desenvolvimento Económicos.

No primeiro mês deste ano, estima-se que a taxa de desemprego em Portugal tenha diminuído para 7,5%, o valor mais baixo dos últimos seis meses. Mas também a generalidade dos 30 países membros da OCDE está a reduzir o número de pessoas sem trabalho. Daí que, apesar da melhoria, a taxa de desemprego nacional continue a sexta mais elevada.

A Eslováquia (10,4%) é, agora, o país mais atingido pelo desemprego, mas muito longe dos valores de 2005, de 16,2%. Pior ainda estava a Polónia há três anos, sofria uma taxa de 17,7%, que agora baixou para 8,6%, muito graças à adesão à União Europeia e aos seus fundos estruturais.

França e Alemanha continuam a ter mais pessoas sem trabalho do que Portugal, mas também estes dois países estão a diminuir o desemprego, e a um ritmo bem mais acelerado do que Portugal. Entre o grupo dos países com mais falta de trabalho, só a situação espanhola se tem agravado, indiciando a proximidade de uma crise económica que marcou as eleições legislativas que, anteontem, reconduziram o PSOE de Zapatero à frente do Governo.

Além de Espanha, só a Irlanda viu o desemprego subir, em Janeiro deste ano face ao mesmo mês d e 2007, mas com uma diferença neste país, só 4,7% da população activa quer trabalhar e não encontra um lugar no mercado de trabalho.

Estes seis países têm uma taxa de desemprego igual ou superior a 7,5%, um número pouco usual entre os países desenvolvidos. Nos Estados Unidos, até Janeiro, a taxa mantinha-se perto dos 5%, mas os dados do Governo norte- -americano indicaram já uma forte subida em Fevereiro. No Japão, era de 3,8% e na Coreia era ainda mais baixa (3%). A OCDE não revelou dados para três dos seus membros México, Islândia e Turquia. Em média, a falta de trabalho afecta 5,5% da população activa da OCDE, 6,8% na União Europeia e 7,1 % na Zona Euro.