8.3.08

Feminização da pobreza está a crescer

in Jornal Público

Os bispos latino-americanos dizem que muitas mulheres de diferentes condições não são valorizadas na sua dignidade e "são submetidas a diversas formas de exclusão e de violência em todas as suas formas e em todas as etapas de suas vidas".
Num documento que sucedeu à reunião do episcopado latino-americano, de Maio do ano passado, em aparecida (Brasil), os bispos citam as "mulheres pobres, indígenas e afro-americanas" como vítimas de "uma dupla marginalização".

O texto do documento da conferência de Aparecida está agora a ser adaptado para permitir a realização de reuniões de grupos católicos sobre temas sociais, políticos ou relacionados com a vida interna da Igreja.

De acordo com a Zenit, agência oficiosa do Vaticano, os bispos afirmam ser necessário "superar uma mentalidade machista que ignora a novidade do cristianismo, onde se reconhece e proclama a igual dignidade e responsabilidade da mulher com relação ao homem". As mulheres são co-responsáveis, juntamente "com o homem, pelo presente e pelo futuro de nossa sociedade humana". A mesma fonte recorda que, de acordo com o PNUD (Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento), a maioria dos 1,8 mil milhões de pessoas que vivem com um dólar (cerca de 65 cêntimos) por dia ou menos é composta por mulheres: serão cerca de 70 por cento desse universo, num processo em que, entre os mais pobres, se encontram cada vez mais mulheres. Um dos textos que adaptam o documento de Aparecida para as paróquias ou catequeses - disponível em www.celam.org/ - diz que a Igreja Católica deve, na América Latina, ter como centro da sua acção os mais pobres e os mais afastados. A.M.