por Dinheiro Vivo
O ministro da Segurança Social, Pedro Mota Soares, manifestou hoje disponibilidade para alargar o programa de arrendamento social a espaços comerciais para criação de emprego para jovens, após um desafio lançado pelo deputado social-democrata Duarte Marques.
"Estamos completamente disponíveis, sabemos da importância destas medidas nomeadamente para os mais jovens, estamos completamente disponíveis para medidas que possam alargar este mercado", respondeu o ministro da Segurança Social.
Pedro Mota Soares respondia a Duarte Marques durante um debate de atualidade sobre o mercado de arrendamento social, marcado pelos partidos da maioria PSD/CDS-PP.
"Lançava o desafio ao Governo de estender este programa também a espaços comerciais, lojas, armazéns ou escritórios, permitindo criar as condições que possam permitir aos mais jovens criar o seu emprego, iniciar o seu negócio ou estender áreas de negócio que possam criar mais emprego para os mais jovens", propôs Duarte Marques.
O também líder da JSD salientou que "os mesmos proprietários" que participam deste programa de arrendamento social "têm outros espaços com fins comerciais que também podem estar disponíveis".
O programa foi muito criticado pela oposição, a começar pelo PS, que, através do deputado Mota Andrade, afirmou que é "nitidamente pouco para as necessidades", cobrindo apenas 100 dos 308 municípios.
"É um analgésico para uma situação muito grave de que padece o nosso tecido social, e que se agravará com a aprovação da lei do arrendamento", afirmou, lamentando que o Governo não tenha revisto o regime de renda apoiada no sentido de introduzir mais proteção aos casos de maior fragilidade social, conforme recomendaram várias resoluções do Parlamento.
O deputado comunista Paulo Sá acusou o Governo de promover uma "manobra de diversão" com este mercado de arrendamento social, argumentando que os valores das rendas são "idênticos aos do mercado de arrendamento".
"O país não precisa destes programas de pacotilha, mas uma política de combate ao desemprego e aos baixos salários", defendeu.
José Luís Ferreira, de "Os Verdes", centrou a sua intervenção no aumento das rendas do regime de rendas apoiadas, acusando o Governo de não saber como cortar nas "rendas excessivas aos produtores de eletricidade", tomando sempre "partido pelos mais fortes".