in Jornal de Notícias
O desemprego no distrito de Braga atingiu em maio o máximo "histórico" de 65386 trabalhadores, o que representa um aumento de 4600 em relação ao mês anterior, alertou a União dos Sindicatos.
Segundo Joaquim Daniel, coordenador da União dos Sindicatos de Braga, a situação do desemprego ainda se irá agravar mais com as alterações ao Código do Trabalho recentemente aprovadas e já promulgadas pelo Presidente da República, "porque facilitam os despedimentos, tornando-os mais baratos".
"O distrito de Braga está numa situação complicadíssima", referiu o sindicalista, acrescentando que Guimarães é o concelho com maior taxa de desemprego, sobretudo devido à crise do setor têxtil.
Lembrou ainda que os 65.386 trabalhadores sem emprego representam apenas "os números oficiais do Instituto do Emprego e Formação Profissional (IEFP), mas garantiu que "há muita mais gente" no distrito sem trabalho.
Além disso, os sindicatos temem que o período de férias que acontece normalmente em julho e agosto seja "aproveitado" para o encerramento de mais empresas no distrito, algumas delas já com sinais de "estarem com a corda na garganta".
"Os primeiros alertas são, normalmente, os salários em atraso. E já temos informação de algumas que não pagam aos trabalhadores há um mês, dois e mais", admitiu Joaquim Daniel.
Para tentar "estancar a hemorragia" do desemprego, a União dos Sindicatos de Braga (USB) vai promover, de 9 a 20 de julho, uma quinzena de informação aos trabalhadores, para os mobilizar para a luta contra a aplicação das alterações ao Código do Trabalho.
"Nenhuma entidade patronal está obrigada a aplicar estas alterações", lembrou Joaquim Daniel.
Defendeu que as alterações ao Código do Trabalho "são inconstitucionais", nomeadamente porque "promovem o trabalho gratuito, com a retirada de três dias de férias e a eliminação de quatro feriados" e "não permitem a conciliação do trabalho com a vida familiar".