Marta Moitinho Oliveira, in Diário Económico
Licenciados desempregados, empregados que não recebem e idosos que acolhem de novo os filhos em casa são o
Quando o ‘rapper’ Boss AC lançou a música “Sexta-feira” queria transmitir a sua “visão dos factos”. “O retrato que faço da sociedade”. A letra da música,que conta a vida de um licenciado que ora está desempregado,ora tem um emprego de salário baixo, mostra como vivem os novos pobres, que “ainda omês vai ameio” e já estão aflitos.
A música saiu no início de 2012, cinco anos depois da bolha imobiliária do ‘subprime’
ter rebentado nos EUA. De lá para cá, a crise foi-se agravando, passou dos bancos para a economia, da economia para os Estados, que se viram obrigados a aplicar fortes medidas de austeridade. Até chegar aos bolsos dos portugueses foi um pequeno salto.
As consequências estão à vista. O Banco Alimentar apoiou, no ano passado, 329.176 pessoas,mais 96 mil desde que a crise começou. O número de famílias a decretar falência disparou. Dados do Ministério da Justiça mostram que, no ano passado,
5.711 famílias faliram, 11,7 vezes mais do que em 2007. No total, as falências decretadas pelos tribunais sobre empresas e famílias apontam para 10.303 insolvências,
em2011, quase quatro vezes mais do que quando a crise do ‘subprime’ teve início.
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