2.7.12

Taxa portuguesa manteve-se em 15,2%

Por Paulo Miguel Madeira, in Público on-line

Taxa portuguesa manteve-se em 15,2%

A taxa de desemprego na zona euro atingiu em Maio um novo recorde de 11,1% da população activa, num mês em que o valor relativo a Portugal se manteve no seu máximo de 15,2%.

Isto significa que haverá agora mais 88 mil pessoas desempregadas na zona euro do que em Abril, quando a taxa era de 11,0%, num total de 17,561 milhões, de acordo com os apertados critérios em vigor para que alguém que não trabalhe seja considerado desempregado.

No conjunto da UE, o número de desempregados atinge quase 25 milhões, o que representa uma taxa de 10,3% em Maio, face a 10,2% em Abril. O desemprego europeu tem subido fortemente no último ano, havendo em Maio mais 1,82 milhões de pessoas desempregadas na zona euro do que um ano antes, e mais 1,95 milhões na UE.

Portugal deverá ter tido em Maio a quarta maior taxa de desemprego da zona euro, atrás dos 24,6% da Espanha, 21,9% da Grécia (valor de Março) e 15,3% da Lituânia (valor do primeiro trimestre). No mês passado estava na terceira posição, a par da Lituânia.

As taxas mais baixas registam-se na Áustria, Países Baixos, Luxemburgo e Alemanha, sendo de respectivamente 4,1%, 5,1%, 5,4% e 5,6%.

O valor divulgado pelo Eurostat para Portugal, nesta segunda-feira, fica acima dos 14,9% divulgados pelo INE, relativos ao primeiro trimestre do ano. O país vive uma forte subida do desemprego há mais de um ano, na sequência das fortes medidas de austeridade que acompanharam o empréstimo da troika. Tal como em Abril, os 15,2% de Maio são o valor mais elevado alguma vez divulgado para a taxa de desemprego em Portugal.

A subida do desemprego em Portugal está prevista pelo Governo e pelas instituições que fazem previsões e é de esperar que vá batendo sucessivos recordes. No entanto, é natural que esta tendência se atenue no período das contratações do sector turístico para assegurar a época de Verão.

Os dados do Eurostat diferem dos do INE, que é quem fornece a informação de base, porque são calibrados também com informação do IEFP. Além disso, enquanto o INE calcula apenas taxas trimestrais, o Eurostat avança com valores mês a mês – que são por isso frequentemente sujeitos a revisão em função dos dados que o INE depois divulga, pois é este quem faz a recolha directa da informação