in Jornal de Negócios
O Governo decidiu rever pela quarta vez o desemprego de 2013. Para próximo ano, em vez dos 16% estimados em Junho, Vítor Gaspar espera agora uma taxa de desemprego de 16,4%.
2012 ainda não acabou e as previsões para o desemprego de 2013 já foram revistas quatro vezes. Afinal, segundo as últimas estimativas reveladas esta tarde pelo Ministério das Finanças, a taxa de desemprego média do próximo ano atingirá os 16,4%. O abandono de um modelo alargado de corte da Taxa Social Única (TSU) para todas as empresas obrigou o Governo a reconhecer que o desemprego irá aumentar mais do que tinha previsto na última revisão, em Junho.
A revisão foi revelada por Vítor Gaspar na conferência de imprensa desta tarde, onde o ministro das Finanças também anunciou uma quebra do emprego de 1,7%, em vez dos 1,2% estimados anteriormente.
Segundo Gaspar, este agravamento é justificado devido ao facto de "não contemplar os efeitos positivos da redução das contribuições para a Segurança Social" para as empresas. "O desemprego é o problema mais saliente para os portugueses, principalmente os mais jovens", acrescentou o governante.
O restante cenário macro-económico fica inalterado. Ou seja, Vítor Gaspar continua a esperar uma contracção de 1% do Produto Interno Bruto (PIB), o que significa que o esforço exigido à economia por este pacote de medidas é igual ao do pacote de austeridade anunciado a 7 de Setembro pelo primeiro-ministro.
A estimativa inicial de desemprego para 2013 foi anunciada pela troika em Novembro do ano passado e apontava para uma taxa de 13,6%, um número que acabaria por ser revisto na avaliação seguinte, em Fevereiro, para 13,9%. Em Maio, o Governo volta a rever em alta essa previsão, desta vez para 14,1%. Um mês depois chegaria a maior alteração, com a estimativa para 2013 a saltar para os 16% Agora, sem a descida da TSU para todas as empresas – que o Governo argumentava que atenuaria a destruição de emprego – Vítor Gaspar prevê uma taxa média de 16,4%.