22.10.12

Emigração: longe da Europa e de forma ilegal

in Público on-line

Em 2011, mais de 100 mil portugueses procuraram oportunidades de trabalho fora do país. Um ano depois, perante uma taxa de desemprego de 15,0%, os portugueses continuam a apostar na emigração, mas para fora da Europa, e nem sempre de forma legal, alertou nesta segunda-feira o secretário de Estado das Comunidades, José Cesário.

“Há um aumento claro da emigração para países fora da Europa, particularmente Angola, Brasil, Moçambique. Mas há uma clara diminuição para a Europa”, admitiu o secretário de Estado em declarações à TSF.

José Cesário estimou que entre 100 mil a 120 mil portugueses tinham saído do país à procura de trabalho, no ano passado. Considera que este número não deverá aumentar em 2012. “Acho que há muito menos emprego na União Europeia. Noto que há muita procura mas menos oferta de trabalho”, considerou.

O secretário de Estado diz que têm chegado ao seu gabinete apelos de autoridades locais, “particularmente do Luxemburgo”, para que se alerte os portugueses de que o mercado de trabalho estagnou. “Apelam no sentido de as pessoas não procurarem lá emprego por que não há”.

Outro dos problemas que preocupam José Cesário é a crescente emigração ilegal. O governante afirma ter informações de portugueses que dão entrada em países como turistas e que depois ali permanecem sem visto. “Casos como no Brasil e nos Estados Unidos são recorrentes, o que aliás nos cria problemas”, apontou. O secretário de Estado diz ser “impossível” quantificar o número de pessoas nesta situação. “Mas nós percebemos quando estes aumentam. Porque falamos com pessoas que estão informadas a nível local”.

“Por isso alertamos as pessoas para não emigrarem sem terem garantias absolutas de trabalho e de trabalho em circunstâncias legais”, concluiu.

Segundo o Instituto Nacional de Estatística, no segundo trimestre deste ano foi registada uma taxa de desemprego de 15%, estando nesta situação mais de um milhão de pessoas. Em Setembro, havia 683.557 desempregados inscritos nos centros de emprego, 23,4% mais do que no mesmo mês de 2011. O Governo estima que a taxa de desemprego chegue a 16,4% em 2013.