12.10.12

Pais em dificuldades pedem mais apoios escolares para os filhos

por Fátima Casanova, in RR

É o que está a acontecer no agrupamento de escolas de Cinfães, que a Renascença acompanhou, mas o processo está parado por causa da burocracia que envolve a contratação dos técnicos que acompanham estes casos.

O ano lectivo ainda não vai com um mês e em muitas escolas já se acumulam os pedidos de mudança de escalão dos alunos com vista à obtenção de apoios sociais.

Na base destes pedidos está a alteração do rendimento familiar, já depois da entrega da declaração de IRS. É o que está a acontecer no agrupamento de escolas de Cinfães, mas o processo está parado por causa da burocracia que envolve a contratação dos técnicos que acompanham estes casos.

Os pedidos de apoio têm estado a chegar desde o início do ano lectivo porque muitos pais foram confrontados com a redução do seu orçamento, como diz Manuel Pereira, director do agrupamento.

“Tenho muitos casos de pais cujos filhos estão no escalão B ou C a pedir para ser repensado ou alterado o escalão no sentido de poderem dar resposta aos problemas que diariamente tem. Dizem que não tem dinheiro para pagar refeições”, explica.

“Um aluno que não tem escalão tem de pagar um euro e sessenta por dia pelas refeições, um que tem escalão B tem de pagar oitenta cêntimos e é esta situação”, diz Manuel Pereira.

Situações que, no entanto, ainda estão sem resposta, porque neste agrupamento faltam colocar três técnicos: psicólogo, assistente social e mediador de conflitos, que são determinantes para avaliar a situação de cada aluno.

“Porque às vezes há famílias que por uma razão ou por outra dão dados que não correspondem à verdade, e nós temos de garantir que quando atribuímos um suplemento alimentar ou quando tivermos uma alteração de escalão temos de ter a certeza de que estamos a agir correctamente”, refere o responsável.

“Isso passa por um conhecimento mais próximo que um psicólogo pode dar. Enquanto não tivermos os técnicos não podemos dar uma resposta”, lamenta.

Manuel Pereira, que também é presidente da associação nacional de dirigentes escolares, lamenta a demora e a burocracia que envolvem o processo de recrutamento de técnicos numa altura em que as dificuldades económicas colocam às escolas novos desafios no acompanhamento dos alunos.