Isabel Vilhena, in Correio do Minho
Assinala-se hoje o Dia Mundial da Alimentação.
Trata-se de um chamamento aos países para a adopção de políticas, programas e acções voltadas para eliminar a fome no mundo e assegurar a segurança alimentar dos povos.
Quando falamos de fome, geralmente, falamos de uma realidade mais distante, de países subdesenvolvidos, mas que, paradoxalmente, parece não interessar ao mundo erradicar este fenómeno e promover o desenvolvimento sustentável.
Contudo, esta é uma realidade que está cada vez mais próxima. A fome já bate à porta de muitas famílias portuguesas e os alertas são dramáticos.
A União Humanitária dos Doentes com Cancro vem alertar para a existência de doentes oncológicos sem dinheiro para comer, uma situação que agrava a sua condição física já debilitada pela doença e pelos efeitos dos tratamentos.
São dados chocantes que mostram que a desnutrição afecta 40 a 80 por cento dos doentes oncológicos, e que a maioria dos familiares e amigos, destes pacientes, não sabem como lidar com o problema, apesar de reconhecerem que as carências alimentares, decorrentes do cancro, são muito graves.
Casos gritantes que tendem a agravar-se com as medidas cada vez mais penalizadoras para as famílias que esticam o magro orçamento para pôr o prato de comida na mesa.