in Público on-line
O presidente do Grupo Jerónimo Martins, Alexandre Soares dos Santos, declarou-se este domingo “violentamente contra” a política dos baixos salários dentro das empresas, porque “uma pessoa que ganha menos de 500 euros não tem vontade nenhuma de ir trabalhar”.
“Os baixos salários não resolvem situação nenhuma e as pessoas não têm vontade nenhuma para ir trabalhar para receber menos de 500 euros depois dos impostos”, disse aos jornalistas, à margem do I Fórum Empresarial do Algarve, que terminou este domingo em Vilamoura.
Sobre a política salarial da função pública, lamentou que, neste momento, “seja preciso reduzir a despesa de um dia para o outro”, e defendeu que a única folga são os salários, num contexto, disse, “em que 80 por cento das despesas do Estado são salários”.
“Eu não gosto, mas vamos pôr toda a gente na rua em nome do Estado?”, questionou.
Alexandre Soares dos Santos – que recebeu o prémio “Life Time Achievement” durante a sessão de encerramento do Fórum Empresarial do Algarve –, criticou os políticos “porque estão longe da realidade”. O horizonte dos empresários, disse, “são vários anos”, mas e o dos políticos “são as próximas eleições”.
Soares dos Santos sustentou ainda que “esta história de só termos empresas públicas, só dá prejuízo”, porque os privados “têm que dar satisfações aos accionistas”.
No rescaldo das declarações de António Borges, que chamou de "ignorantes" os empresários que contestaram as alterações que o Governo queria fazer à taxa social única (TSU), Soares dos Santos criticou não só o consultor do executivo para as privatizações, como também a reacção do presidente da Confederação da Indústria Portuguesa (CIP), António Saraiva, que disse em resposta que a maioria das empresas portuguesas também não contrataria António Borges.
“Vamos ter respeito por um homem que foi director do FMI, não é um tipo qualquer”, disse Alexandre Soares dos Santos, em declarações aos jornalistas à margem da sessão de encerramento do Fórum Empresarial do Algarve, em Vilamoura.
Sobre as declarações de António Borges, observou que “foi infeliz”. "Às vezes somos infelizes porque [o ambiente] aquece ou houve alguma coisa que nos irritou no momento."