6.11.12

Nuno Crato quer mais ensino articulado com as empresas em Portugal

in Público on-line

O ministro Nuno Crato assinou na segunda-feira, em Berlim, um memorando de entendimento com a sua homóloga alemã, a ministra da Educação e Investigação Annette Schavan, no âmbito do ensino profissional.

Os dois países acordaram desenvolver acções que contribuam para um maior conhecimento recíproco e uma análise comparativa dos sistemas e das estruturas do ensino profissional em ambos os estados ao nível dos currículos, requisitos de acesso, envolvimento e papel das empresas, requisitos exigidos aos formadores e partilha de boas práticas.

De seguida, pretende-se incentivar a troca de informação sobre metodologias e práticas, bem como de orientação escolar e profissional entre os dois países. Assim como foi proposto promover acções de intercâmbio de alunos, professores e empresários. Vai ser ainda criado um grupo de trabalho com o objectivo de coordenar, acompanhar e avaliar a implementação do memorando de entendimento.

"Apesar do esforço e do investimento realizado, os níveis de qualificação real dos jovens portugueses, tanto no aspecto académico como profissional, podem e devem ser melhorados. A assinatura deste protocolo assume particular importância tendo em conta que Portugal necessita de técnicos de nível intermédio e outros profissionais para desenvolver a indústria, aumentar a produtividade e a competitividade e combater o desemprego", justifica o ministério em comunicado à imprensa.

O Ministério da Educação pretende desenvolver um sistema dual que permita oferecer diferentes formações adequadas não só às necessidades dos jovens, mas também à economia e ao mercado de trabalho. E que permita aos jovens uma “entrada mais rápida para uma profissão”, disse, há dias, o ministro Nuno Crato. Na Alemanha, o ministro manifestou o "seu interesse e empenho no desenvolvimento do sistema dual em todo o país", aponta o comunicado de imprensa.

O sistema dual consiste num ensino que conjuga a formação teórica nas escolas e a prática em contexto de trabalho, ou seja, em empresas. "Com as naturais adaptações à nossa realidade e com a preocupação constante de permeabilidade entre ofertas, de forma a permitir aos jovens no ensino profissional a passagem ao ensino científico-humanístico e vice-versa, a troca de experiências com as escolas e empresas alemãs será certamente enriquecedora para o sistema educativo português", continua o comunicado da tutela.