Por Márcia Oliveira, in iOnline
Principais preocupações são com filhos, economia familiar, pressão no trabalho e situação política
A crise financeira e do euro é o principal motivo de preocupação dos portugueses, provocando “noites mal dormidas” a metade da população, segundo o estudo internacional “O que o mantém acordado à noite”, realizado pela companhia de seguros Zurich. A análise reúne 4522 entrevistas e foi feita em oito países europeus (Portugal, Reino Unido, Suíça, Espanha, Alemanha, Áustria, Itália e Rússia), entre 12 de Setembro e 5 de Outubro.
Em Portugal foram feitas 500 entrevistas telefónicas a maiores de 15 anos de norte a sul do país. Além da actual situação económica do país, o estudo mostra que 47% dos portugueses não dormem à noite devido às preocupações com os filhos, à gestão da economia familiar (37%), a pressões no trabalho ou na escola (30%) e devido à situação política no país (28%).
No que diz respeito aos riscos que correm, quase 40% dos portugueses consideram que o desemprego é o maior risco que enfrentam, enquanto 32% indicam a pobreza. No entanto, em primeiro lugar encontra-se a doença (66%), seguida da perda de um ente querido (45%). “As respostas são as esperadas.
Nos países onde existe neste momento uma crise financeira, como é o caso de Portugal e Espanha, as preocupações dos consumidores são de facto com questões financeiras: economia da família, filhos e emprego. Relativamente aos países onde não existe tanto essa crise, como Alemanha, Áustria e Suíça, a maior preocupação dos consumidores é muito mais relacionada com a vida privada, como o parceiro, os vizinhos e a família. Ou seja, os resultados acabam por confirmar aquilo que já conhecemos no nosso dia-a-dia”, afirma ao i Ana Paulo, directora do ramo Vida da seguradora em Portugal.
Nestas áreas, os portugueses têm respostas opostas: apenas 1% diz que não dorme à noite porque “o vizinho ressona”, contra 14% dos alemães, 19% dos russos ou 20% dos britânicos. O barulho dos vizinhos também só incomoda 6% dos portugueses, mas 14% dos alemães e dos austríacos, 29% dos britânicos e 33% dos russos. Já no preço dos combustíveis, os portugueses (7%) estão ao nível dos alemães (7%) e dos britânicos (6%), mas longe da despreocupação russa (1%).
Se os portugueses pudessem escolher, a saúde (85%) seria o bem que a maioria gostaria de assegurar, bem como a estabilidade financeira (40%) e o emprego (32%). Apenas 9% identificam a felicidade como factor que gostariam de ter garantido. Já quanto ao que transmite mais segurança à vida dos portugueses, 86% referem que é o parceiro ou a família, seguido pelos amigos e pelo patrão. No extremo oposto está o sistema político (3%) e a meio da tabela o médico (20%), a polícia (13%) e a religião (11%).