por Cristina Branco, in RR
Neste Dia Mundial da Segurança Social, a Renascença foi ao encontro dos reformados e encontrou muita apreensão perante a austeridade.
Os dois partidos de Governo, PSD e CDS, reúnem-se esta quarta-feira para debater a polémica taxa sobre as pensões. A Renascença foi ao terreno e falou com um grupo de pensionistas, à mesa de um café.
A apreensão e a incerteza dominam as conversas. Com o jornal aberto e um semblante carregado ao ler os títulos que o atingem de forma directa, Valentim Couto, antigo trabalhador do sector têxtil desabafa: “Nunca pensei enfrentar tanta incerteza depois de quase 60 anos de descontos, a trabalhar para o país. Nunca sabemos o que vem aí”.
Ao lado, Joaquim Silva, antigo motorista, mostra a sua angústia. “Não sei onde é que isto vai parar. Comer, aqui e ali, alguém me há-de ajudar. O pior vai ser a farmácia, é um dinheirão para mim e para a minha mulher”.
Mais revoltado do que os companheiros de café, Afonso Pinto faz contas aos 72 euros que já lhe são retirados da reforma todos os meses e teme que novos cortes venham diminuir o rendimento.
“Acha justo?”, questiona indignado o antigo “chefe de turno”. “O subsídio de férias do ano passado limparam-mo todo. E a respeito do deste ano, como é?”, pergunta ainda.
Os colegas, mais resignados, explicam que será devolvido, mas Afonso Pinto tem dúvidas: “Só acredito quando estiver do lado de cá”.
A dúvida sobre as alternativas à taxa sobre as pensões persiste. No campo político, prosseguem as negociações.
Hoje, na Renascença, o especialista Álvaro Santos Almeida é entrevistado no noticiário das 13h00.