O presidente do Parlamento Europeu, David Sassoli, considerou hoje que Portugal assumiu a presidência do Conselho da União Europeia (UE), no primeiro semestre deste ano, num “momento dramático mas crucial” para a Europa, saudando a aposta no social.
O primeiro-ministro, António Costa, presidiu hoje, em Lisboa, a uma cerimónia de balanço da presidência portuguesa do Conselho da União Europeia.
Numa mensagem em vídeo transmitida na ocasião, David Sassoli elencou que “Portugal tomou as rédeas da UE num momento dramático, mas crucial da história da Europa, desde os desafios colocados pelo vírus às instituições, empresas e especialmente aos cidadãos, às alterações climáticas, à revolução digital, à nova relação com o Reino Unido, à questão da migração”.
“Há tantas questões na nossa agenda, uma agenda que nos últimos meses foi renovada, dando um novo ímpeto ao papel da UE”, acrescentou o responsável pela assembleia europeia, agradecendo a “todos aqueles que tornaram possível esta presidência de sucesso”.
Na mensagem, David Sassoli referiu que, “desde que assumiu a presidência do Conselho, Portugal decidiu ir tomar uma posição ambiciosa, especialmente do ponto de vista social”.
“Uma questão que nos é muito cara porque a pandemia de covid-19 tornou claro que […] a questão social não é uma invenção e não pode esperar”, destacou.
Em causa está nomeadamente a Cimeira Social do Porto, no início de maio, na qual os líderes se comprometeram a implementar o plano de ação proposto pela Comissão, com três grandes metas para 2030: ter pelo menos 78% da população empregada, 60% dos trabalhadores a receberem formação anualmente e retirar 15 milhões de pessoas, cinco milhões das quais crianças, em risco de pobreza e exclusão social.
Já falando sobre a crise gerada pela pandemia, o presidente do Parlamento Europeu indicou que, “graças ao impulso da presidência portuguesa e ao empenho do primeiro-ministro António Costa, foi possível a implementação do plano de recuperação, que marcou um ponto de viragem na história da ajuda europeia”.
Por seu lado, numa referência ao certificado digital covid-19 da UE comprovativo de testagem, recuperação ou vacinação anticovid-19 que está em vigor desde a passada quinta-feira para facilitar a circulação no espaço comunitário, David Sassoli destacou que, “em tempo recorde, em apenas 62 dias e devido aos esforços da presidência portuguesa e do Parlamento Europeu, foi possível um acordo” sobre este documento.
“Foi um semestre atarefado. Agradeço-vos o trabalho e empenho que realizámos em conjunto e que nos permitiu estar à altura do nosso lema: unidos na diversidade, este foi o ‘tempo de agir’”, adiantou, numa alusão ao mote da presidência portuguesa do Conselho.
Intitulada “Balanço da presidência portuguesa do Conselho da UE”, a cerimónia decorreu no Centro Cultural de Belém, em Lisboa, com mensagens em vídeo também dos presidentes do Conselho Europeu, Charles Michel, e da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen.
A quarta presidência portuguesa da UE terminou a 30 de junho, passando o testemunho à Eslovénia, à frente do Conselho da UE nos próximos seis meses.