Projeto de seis instituições de cinco países, nasceu durante da pandemia da covid-19 em consequência do aumento da taxa de desemprego na Europa.
Investigadores do Instituto de Engenharia de Sistemas e Computadores, Tecnologia e Ciência (INESC TEC), no Porto, integram um projeto que visa desenvolver uma aplicação móvel para ajudar os cidadãos, em particular os mais jovens, a procurarem emprego.
Em comunicado, o instituto do Porto explica hoje que o projeto, composto por um consórcio de seis instituições de cinco países, nasceu durante da pandemia da covid-19 em consequência do aumento da taxa de desemprego na Europa.
A aplicação, que combinará técnicas de gamificação e o modelo de Holland, surge como uma alternativa aos testes vocacionais.
A aplicação de realidade virtual será "capaz de identificar as qualidades e competências" de jovens que estão fora do mercado de trabalho e combiná-las com as características de determinada profissão, "direcionando-os para o emprego mais adequado ao seu perfil".
Citado no comunicado, Demetrius Lacet, investigador do INESC TEC na Universidade Aberta, afirma que os testes vocacionais "além de serem pouco abrangentes", tem resultados que "não vão além da apresentação de áreas de afinidade".
"A solução agora proposta pretende colmatar as lacunas existentes nos atuais modelos de testes vocacionais, oferecendo um envolvimento suficientemente atrativo para as gerações atuais", refere o investigador.
A aplicação permitirá identificar tanto as aptidões como vocação dos utilizadores, orientando-os de "forma mais precisa" na procura de emprego, bem como promovendo a aquisição de novas competências digitais.
Também citado no comunicado, António Coelho, investigador do INESC TEC responsável pelo projeto e docente na Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto (FEUP), salienta que esta aplicação vai ajudar o utilizador "a desenvolver algumas 'soft skills', nomeadamente, trabalho em equipa, gestão de tempo, resposta a problemas ou a lidar com o erro".
O INESC TEC será a entidade responsável por testar a aplicação em Portugal, sendo que a versão portuguesa deverá ser testada em 2023 por agências de emprego, centros de orientação profissional, organizações não-governamentais, universidades e outras instituições.
A experiência piloto também será levada a cabo em Itália, Grécia e no Reino Unido.
Além do INESC TEC, integram o projeto o Centre for Factories of the Future Limited (Reino Unido), IDEC (AINTEK A.E.) (Grécia), Fondazione Polo Universitario Grossetano e ARTES 4.0 - Advanced Robotics and Enabling Digital Technologies & Systems (Itália) e Mediterranean Maritime Research and Training Centre.
O projeto, intitulado 'Life Skills VR - Life Skills for Employment in COVID-19 Era through VR Innovation', é financiado em cerca de 300 mil euros através do programa ERASMUS+.