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Portugal está entre os cinco países da União Europeia com maior risco de pobreza.
“Há um desígnio nacional a que somos todos chamados diante dos 400 mil novos pobres que esta pandemia fez”, disse hoje o cardeal António Marto, bispo de Leiria-Fátima, na missa dominical celebrada no recinto do Santuário de Nossa Senhora de Fátima, distrito de Santarém. “Acudir a estas pessoas, não lhes ficar indiferente é um desígnio nacional”, reforçou.
Citando um documento da Comissão Nacional Justiça e Paz, organismo laico da Conferência Episcopal Portuguesa (CEP), frisou que os números do mesmo revelam “um aumento de 25% da taxa de pobreza e um aumento da desigualdade de 09%”, o que deixa Portugal “entre os cinco países da União Europeia com maior risco de pobreza”, realçou. O prelado criticou à comunicação social, dizendo que a mesma esteve “entretida com outras histórias" e "não deu relevo” a esta realidade.
“Em comparação com o cenário sem crise, 400 mil novos indivíduos caíram abaixo do limiar de pobreza, definido como 60% do rendimento mediano equivalente, aumentando a taxa de risco de pobreza em 25% como consequência da pandemia de covid-19”, concluiu o estudo do Observatório Social da Fundação “la Caixa”, da autoria do Center of Economics for Prosperity (PROSPER) da Universidade Católica de Lisboa, divulgado no final do mês de junho.
É de mencionar que o documento considera que as medidas do Governo minimizaram em parte o aumento da pobreza e da desigualdade, mas é evidenciado que a pandemia resultou numa “perda substancial de rendimentos para a população portuguesa”, com o rendimento mediano anual a cair de 10.100 euros no cenário antes da crise para 9100 euros na atualidade.