A Associação Just a Change procura voluntários para reabilitar, de Julho a Agosto, 44 casas de norte a sul de Portugal.
O projecto Camp In vai reabilitar, durante o Verão, 44 casas de particulares que vivem em situação de pobreza, com a ajuda de cerca de 600 voluntários, anunciou a associação organizadora, Just a Change. “O projecto consiste na reabilitação de casas de famílias e de particulares carenciados, através da mobilização de voluntários e da comunidade local, assim como empresas, fornecedores, empreiteiros, instituições locais e câmaras municipais.
No fundo, mobilizamos a comunidade à volta das casas que reabilitamos, porque a nossa missão é reabilitar casas e construir vidas”, explicou, em declarações à Lusa, o director executivo do Just a Change, António Bello. Estas habitações são sinalizadas através das instituições sociais, em conjunto com as câmaras municipais e as juntas de freguesia, e posteriormente analisadas caso a caso pela Associação Just a Change. A iniciativa, que já está na 7.ª edição, trabalhará entre Julho e Agosto em 11 campos distribuídos de norte a sul do país: Óbidos, Sever de Vouga, Faro, Loulé, Alandroal, Portimão, Lagoa, Vila Pouca de Aguiar, Tondela e Torres Vedras.
“O projecto abrange uma solução completa, acima de tudo de construção [e] reabilitação, desde o telhado até ao chão, todas as patologias que uma casa tenha nós tentamos resolver: reparar telhados, paredes, tectos, janelas e vãos, chão, reparações eléctricas, de gás, canalização, esgotos”, estando também incluída “a parte mais estética, de pintura e decoração, como colocar móveis e equipamentos”, acrescentou ainda António Bello. A associação sem fins lucrativos e vocacionada para a reconstrução de casas para pessoas em pobreza habitacional destaca três dos aspectos inovadores desta iniciativa: a mobilização dos jovens como voluntários, a mobilização da comunidade envolvente, o que aproxima a população local dos beneficiários, e a integração das famílias no processo das suas casas. “Outra externalidade positiva deste projecto, para além da coesão social gerada na comunidade local, é a promoção e a valorização do território, reforçando a identidade de quem neles vive ao levar aos seus habitantes dignidade, esperança e alegria.
A identidade das localidades é mantida por se respeitar os traços de arquitectura tradicional e a sua recuperação promove melhorias em termos de eficiência energética”, referiu a Just a Change, num comunicado enviado às redacções. Estas reabilitações permitem impactar várias vertentes nas áreas da saúde, segurança, conforto e bem-estar, poupança, protecção ambiental, valorização imobiliária e do próprio território envolvente e social, com os jovens voluntários a ter contacto com situações de extrema pobreza.
Este ano, o objectivo principal é a reabilitação das 44 habitações seleccionadas para o verão, com o intuito de chegar às 55 no final do ano, e a colocação de 20 painéis solares “com o mínimo de percalços possíveis devido à pandemia”. Desde 2010, a associação já recuperou mais de 220 casas e 65 instituições, beneficiando mais de 4 700 pessoas, em todos os municípios do país, com a ajuda de mais de 5 000 voluntários.