André Veríssimo, in EcoOnline
É uma pergunta com várias respostas. Depende dos critérios e dos estudos, mas há países que sobressaem em várias análises. Saiba quais são.
O Relatório de Desenvolvimento Sustentável das Nações Unidas atribui o primeiro lugar do pódio à Finlândia. Com uma pontuação de 85,9 em 100, é o país mais perto de alcançar todos os 17 objetivos de desenvolvimento sustentável (ODS) aprovados pela Assembleia Geral da ONU em 2015.
E o que faz da Finlândia a líder? Ter acabado com a pobreza, assegurar uma educação de qualidade inclusiva e equitativa a toda a população ou o acesso a fontes de energia fiáveis e sustentáveis a custos acessíveis.
Suécia e Dinamarca completam o pódio. Seguem-se a Alemanha, Bélgica, Áustria, Noruega, França, Eslovénia e Estónia. Portugal está em 27º lugar, atrás de Espanha ou de Itália, cumprindo integralmente o objetivo relativo ao acesso a fontes de energia. Dos 17 ODS, o país apresenta grandes ou significativos desafios em oito.
O Environmental Performance Index, uma iniciativa das universidades de Yale e Columbia, duas das mais prestigiadas nos EUA, dá o primeiro lugar à Dinamarca. Também aqui a Europa domina os 10 primeiros lugares, o que atesta a liderança do continente no que toca à sustentabilidade ambiental e às alterações climáticas.
O país nórdico consegue 82,5 pontos no índice de 2020, graças ao bom desempenho em quase todos os critérios. E quais são eles? O estudo avalia 32 indicadores em 11 categorias: qualidade do ar, água potável e saneamento, exposição a metais pesados, gestão de resíduos, biodiversidade, preservação de ecossistemas, pesca, alterações climáticas, emissões poluentes, agricultura e recursos hídricos.
A Dinamarca sobressai como o primeiro classificado em vários indicadores, como a proteção de áreas marinhas e de espécies, a redução de emissões poluentes (é o único a conseguir a nota máxima) ou o tratamento de águas residuais. Luxemburgo, Suíça, Reino Unido e França completam o “top” 5 do Environnmental Performance Index.
Portugal está em 27.º lugar entre 180 países, com 67 pontos. É 15.º na qualidade do ar e 20.º na gestão de resíduos e consegue até um primeiro lugar na redução de emissões de dióxido sulfúrico e na proteção dos biomas terrestres, embora não consiga mais do que um 40.º lugar na categoria da vitalidade dos ecossistemas, devido à má pontuação na biodiversidade. É ainda o 167.º no desaparecimento de área florestal e o 120.º na perda de zonas húmidas.
"A boa governança, mais do que qualquer outro fator, separa as nações que se estão a mover em direção a um futuro sustentável daquelas que não o estão.”
Alex de Sherbinin
Columbia’s Earth Institute
No fim da lista estão a Costa do Marfim, a Serra Leoa, o Afeganistão, Myanmar e a Libéria. Alex de Sherbinin, do Columbia’s Earth Institute, afirma que “a boa governança, mais do que qualquer outro fator, separa as nações que se estão a mover em direção a um futuro sustentável daquelas que não o estão”. Os países mais bem colocados têm em comum a adoção de compromissos a longo prazo e programas cuidadosamente elaborados para proteger a saúde pública, conservar os recursos naturais e reduzir as emissões de gases de efeito estufa.
Suécia é a que mais contribui para a humanidade
O Good Country Index tem uma abordagem um pouco diferente: procura medir o que cada país contribui para o bem comum da humanidade e o que tira, em relação à sua dimensão. Usando dados das Nações Unidas e de outras organizações, constrói um balanço que permite avaliar se um país é credor ou um fardo para o planeta.
A última edição, de 2019, dá o pódio à Suécia, seguida da Dinamarca, Alemanha, Canadá e Holanda. Finlândia, França, Reino Unido, Espanha e Noruega completam a lista dos dez primeiros. Portugal é 35º, destacando-se na contribuição para o planeta e clima, onde é nono.
A Suécia também lidera o ranking de sustentabilidade da Robeco, uma das maiores gestoras de ativos europeias, com 188 mil milhões de euros a seu cargo. A análise da empresa holandesa usa critérios ambientais, sociais e de governança (ESG, na sigla em inglês), que nos últimos anos têm-se tornado cada vez mais populares entre os investidores e saíram reforçados com a pandemia. Segundo a Bloomberg, só na Europa o montante investido em ativos ESG atingiu os 1,4 biliões de dólares no final de 2020. Há estimativas que apontam para 53 biliões até 2025, em todo mundo.
Além da Suécia, figuram no top 10 publicado em abril, a Finlândia, a Noruega, a Dinamarca, a Islândia, a Suíça, a Nova Zelândia, o Luxemburgo, o Canadá e a Holanda. Além de critérios ambientais, o ranking da Robeco inclui fatores como o envelhecimento da população, o risco de conflitos sociais, o nível de corrupção, a qualidade das instituições e o risco político.
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