in Expresso
Apenas o setor dos serviços aumentou face a 2019, sendo que dentro deste o turismo ainda continua aquém. Precários, jovens e menos qualificados continuam a ser afetados pela crise
Os dados divulgados na quarta-feira pelo Instituto Nacional de Estatística (INE) mostram que o número de pessoas empregadas em Portugal já regressou, no segundo trimestre, ao nível pré-covid. Mas a retoma não foi igual para todos, com os precários e menos qualificados a continuarem a sofrer os efeitos da crise.
A população empregada em Portugal atingiu 4,81 milhões de pessoas no segundo trimestre. Isto significa que aumentou tanto em relação aos primeiros três meses do ano (subida de 2,8%, ou seja, mais 128,9 mil pessoas), como por comparação com o segundo trimestre de 2020 (incremento de 4,5%, o que significa mais 208,9 mil pessoas) e com o segundo trimestre de 2019 (aumento de 0,8%, mais 36,3 mil pessoas).
Contudo, a retoma do mercado de trabalho não chegou a todas as faixas etárias, nem a todos os setores, como escrevem esta quinta-feira o "Público" e o "Jornal de Negócios". Uma análise que poderá encontrar também, em mais detalhe, na edição deste fim de semana do Expresso Economia.
Apoiado por medidas governativas, o emprego estabilizou, especialmente no setor dos serviços, que foi o único setor a crescer (1,4%) face ao segundo trimestre de 2019. Já o emprego na agricultura diminuiu 6,6% e na indústria 0,2%.
Mesmo dentro dos serviços houve áreas com maior destaque do que outras. Atividades de informação e comunicação, atividades financeiras e de seguros, cultura, saúde e transportes estão entre as áreas que mais cresceram. Já o turismo, imobiliário e comércio continuam aquém dos níveis pré-pandemia.
Relativamente ao tipo de contrato, o "Público" escreve que os trabalhadores mais precários ainda são vítimas desta crise.
Não só precários, mas também menos qualificados, pois a maioria do aumento de empregos foi para “especialistas das atividades intelectuais e científicas”, pessoas que beneficiaram da possibilidade de teletrabalho e de empresas que resistiram à crise, ao contrário dos trabalhadores menos qualificados.
Por fim, os mais novos continuam a estar menos empregados que os mais velhos. Entre os 16 e os 44 anos, o nível do emprego ainda é inferior ao período pré-pandemia, enquanto o oposto acontece para os acima de 45 anos.