Ainda que parte da queda no desemprego no segundo trimestre seja por uma adaptação das empresas, o “grande choque” será o fim das moratórias.
Apesar do ânimo que traz a diminuição da taxa de desemprego no segundo trimestre do ano, a queda de 0,4 pontos percentuais (p.p.) deve-se sobretudo aos apoios ainda em vigor na economia portuguesa, nomeadamente as moratórias que permitem segurar algumas empresas que, levantadas estas medidas, experienciarão dificuldades. Susana Peralta, economista e professora da NOVA SBE, reconhece o ponto positivo que constitui a taxa de 6,7% divulgada esta semana, mas teme uma desaceleração do crescimento do emprego quando terminarem estes apoios.
Por um lado, este resultado surge pelo “levantamento das restrições ao longo do segundo trimestre”, considera Susana Peralta, aliado ao progresso na vacinação, “que permite um regresso a uma certa normalidade”. Por outro, “as empresas foram-se adaptando a esta nova forma de trabalhar”, algo bem patente pela diferença entre as quebras de atividade nos dois grandes confinamentos, o do segundo trimestre de 2020 e o do início de 2021, quando a redução na atividade foi apenas de um terço do registado no primeiro embate da Covid-19.