1.10.12

Emprego: meta da estratégia Europa 2020 cada vez mais longe

in Agência Financeira

Pobreza estará a aumentar. Em 2010 a UE tinha quase 115,7 milhões de pobres

O primeiro objetivo definido na estratégia Europa 2020, de chegar a uma taxa de emprego de 75% em 2020, está longe de se atingido, tendo o indicador piorado com a crise, revela o Eurostat.

Segundo dados do gabinete de estatísticas da União Europeia (UE) publicados esta segunda-feira, que mostram as tendências nos cinco objetivos da estratégia 2020, a taxa de emprego tem vindo a diminuir desde 2009, em consequência da crise económica.

Depois de, em 2008, a taxa de emprego ter chegado, no conjunto dos 27 Estados-membros, aos 70,3%, caiu, no ano seguinte, para os 69%, tendência que se manteve em 2010, com 68,6%, valor que se manteve em 2011. Em 2000, refere o Eurostat citado pela Lusa, a taxa de emprego era de 66,6%.

Menos abandono escolar

Já no setor da educação, as tendências são mais animadoras. O objetivo é de ter menos de 10% de abandono escolar precoce nos jovens entre os 18 e os 24 anos, indicador que, em 2011, se situava nos 13,5%, abaixo dos 14,1% de 2010.

Segundo o Eurostat, em 2005 o abandono escolar precoce era de 15,8%, tendo recuado para os 14,4 em 2009 e 14,1 em 2010.

O número de diplomados no ensino superior, em percentagem da população entre os 30 e os 34 anos, era, em 2005, de 28%, tendo subido para os 32,2 em 2009, os 33,5 em 2010 e os 34,6% no ano passado. O objetivo da Europa 2020 para este indicador é ter uma percentagem igual ou superior a 40.

Para os restantes indicadores, o Eurostat não disponibiliza dados de 2011, mas o objetivo de ter, em 2020, menos 20 milhões de pessoas ameaçadas de pobreza ou exclusão social na UE, estará mais longe de ser cumprido se se mantiver a tendência registada de 2009 para 2010, quando o número de pessoas nesta situação aumentou 113,8 milhões para 115,7 milhões.

Entre 2005 e 2009, o número de pessoas em risco de pobreza ou exclusão social baixou quase 10 pontos percentuais de 123,9 milhões para 113,8 milhões, tendo voltado a subir um ano depois.

Menos investimento em inovação, mais gases com efeito estufa

Os indicadores de inovação, em que o objetivo é ter 3% do produto interno bruto (PIB) consagrado ao setor, mostram também um ligeiro recuo de 2009 (2,01) para 2010 (2,00), não havendo dados para 2011.

No binómio clima/energia, em que também não há dados de 2001, os números mostram que as emissões de gases com efeito de estufa (GEE) aumentaram dois pontos percentuais, para os 85%, sendo o objetivo traçado para 2020 de 80%, um corte de 20% em relação a 1990, o ano padrão. De 2005 para 2009, as emissões de GEE diminuíram de 92 para 83%, em relação a 1990.

Em relação à percentagem de energia proveniente de fontes renováveis no consumo energético bruto, a tendência tem sido de subida tendo sido de 12,5% em 2010, o último disponível, com um objetivo de 20%. De 2005 para 2009, a subida, neste indicador, foi dos 8,5 para os 11,7%.

A Europa 2020 é a estratégia de crescimento da UE para esta década, tendo sido definidos cinco objetivos em matéria de emprego, inovação, educação, inclusão social e clima/energia que deverão ser alcançados até 2020.

Cada Estado-Membro adotou os seus próprios objetivos nacionais em cada uma dessas áreas.