por Raquel Godinho | rgodinho@negocios.pt, Paulo Moutinho | paulomoutinho@negocios.pt, in Negócios on-line
O incumprimento deverá continuar a aumentar em 2014, mas a um ritmo mais lento do que tem acontecido até agora. Os economistas antecipam que o atraso no pagamento dos créditos vai acompanhar a diminuição da taxa de desemprego, mas com algum desfasamento. Os pacotes legislativos também deverão ajudar a colocar um "travão" nas dificuldades das famílias portuguesas.
Os últimos dados da Central de Responsabilidades de Crédito do Banco de Portugal, relativos ao terceiro trimestre, revelaram que o número total de portugueses em incumprimento baixou pelo segundo trimestre consecutivo, recuando 4,8% para 658.882 casos. Esta tendência foi contrariada no crédito à habitação onde se verificam perto de 148.500 casos de incumprimento, mais 2.200 do que no início do ano.
Filipe Garcia, economista do IMF, diz que esta tendência deverá manter-se no próximo ano, "mas a taxas decrescentes" e com "um ritmo mais moderado". Já Paula Gonçalves Carvalho, economista-chefe do BPI, estima que "se a recuperação da actividade económica se confirmar e o desemprego estabilizar, os índices de incumprimento deverão pelo menos aumentar a um ritmo mais baixo (apesar de continuarem a subir, seguindo com atraso o ciclo económico)".
Rui Bernardes Serra antecipa que o incumprimento siga a evolução da taxa de desemprego que deverá recuar em 2014. "Esperamos que o incumprimento também acompanhe esse movimento, ainda que, por vezes, com algum desfasamento, pelo que ainda não é claro se o pico máximo intra-anual já foi atingido, ao contrário do que terá ocorrido com a taxa de desemprego", refere o