12.3.14

Elvas alarga apoio alimentar a famílias carenciadas

por Rosário Silva, in RR

Apoio alimentar era só para alunos, mas vai estender-se aos outros elementos dos agregados carenciados

Há cerca de um ano, a Câmara aprovou o fornecimento de duas refeições diárias a perto de 600 alunos. Mas o “Abraço Solidário” é apenas um dos 25 programas no terreno.

São muitas as famílias a passar por dificuldades económicas, o que levou o presidente da Câmara de Elvas a dar seguimento ao projecto do seu antecessor e estender a ajuda alimentar. A partir deste mês, os agregados familiares carenciados vão ter mais uma refeição.

“A Câmara passa a apoiar as mesmas famílias com duas refeições quentes, ou seja, duplica o apoio que tem vindo a dar e que abrange cerca de 200 pessoas”, afirma à Renascença, Nuno Mocinha.

Há cerca de um ano, a autarquia aprovou o fornecimento de duas refeições diárias a perto de 600 alunos do concelho subsidiados nos escalões A e B.
Era presidente o socialista Rondão de Almeida. A cor política não mudou, mas Nuno Mocinha passou para os comandos da autarquia e elegeu também como prioridade as pessoas.

Estender o apoio alimentar não é uma tarefa fácil, mas o autarca explica que, nos últimos anos, graças a uma boa gestão, foi possível amealhar, pelo que, face à situação que se vive e que não é exclusiva da cidade alentejana, se pode agora ajudar quem mais precisa.

“Não é que tenhamos algum fundo de socorro social ou um fundo de emergência, mas basicamente fomos fazendo um mealheiro ao longo do tempo, deixando a Câmara equilibrada para fazer face a estas situações”, reforça.

O “Abraço Solidário” é apenas um programa na área social no terreno. Mas ao todo são 25 e abrangem todos os estratos da população: “os estágios profissionais feitos em colaboração com o Instituto de Emprego, a integração de jovens que andam à procura do primeiro emprego e encontram na camara uma ocupação condigna com a sua formação e que recebem não um vencimento, mas uma bolsa, e só nestes jovens estamos a falar de 600”, exemplifica Nuno Mocinha.

A isto acresce o "apoio ao aleitamento, ao nascimento, aos medicamentos dos idosos", o que totaliza "uma factura muito grande, mas que está controlada”, garante. No total, são oito milhões de euros por ano em apoio social e a substituir o Estado nas suas funções.

Nuno Mocinha garante que não é por falta de dinheiro que as pessoas vão continuar a ser apoiadas se necessitarem, mas pede ao Governo que reflicta: “Não queremos aquela mensagem do ‘discriminem-nos lá positivamente’. Olhem é para nós como sendo território português, com características que até elevam a qualidade de vida dos próprios cidadãos e dêem-nos uma oportunidade”, pede.

“Porque é que os equipamentos públicos, os ministérios, as secretarias de Estado têm de estar concentradas em Lisboa? Porque não se pode olhar para o território como um só?”, questiona o autarca, para concluir que, se o mar não engolir a costa portuguesa “nos próximos 15 a 20 anos, cerca de 90% da população vive entre Sines e o Porto”.