1.7.14

FAO alerta para a existência de mais de 840 milhões de subnutridos

in Impulso Positivo

O diretor-geral da Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO), José Graziano da Silva, advertiu ontem, em Roma, para a forma demasiado lenta como tem progredido a luta contra a subnutrição que afeta aproximadamente 842 milhões de pessoas. Graziano da Silva fez estas declarações durante a apresentação da II Conferência Internacional sobre a Nutrição (CIN-2), que acontecerá em Roma, entre 19 e 21 de novembro.

O diretor-geral da FAO lamentou que os avanços obtidos desde a última conferência, em 1992, “tenham sido insuficientes e desiguais”. O brasileiro sublinhou que a subnutrição causa uma perda económica considerável, que ficaria perto dos cinco por cento do Produto Interno Bruto (PIB) mundial, reconhecendo que “não temos prestado atenção à nutrição durante anos, só nos temos preocupado com a alimentação”. Acrescentou que os problemas de nutrição são “um assunto público e não privado. As sociedades, não só os indivíduos, têm de abordá-los”.

A CIN-2 é uma continuação da conferência de 1992 e seus coorganizadores, a FAO e a Organização Mundial da Saúde (OMS), pretendem com ela alcançar uma “declaração política”, com o compromisso de aprovar ações “efetivas e coordenadas para melhorar a nutrição”. Além disso, é urgente que desta saia um “quadro de ação”, com a orientação técnica para a implementação dessas ações, de modo que as diferentes estratégias nacionais sejam coerentes.

Segundo os dados distribuídos pela FAO em Roma, aproximadamente 45% das 6,9 milhões de mortes de crianças que se registam anualmente estão vinculadas à subnutrição e um total de 162 milhões de menores de idade são afetados pela subnutrição crónica. Dois milhões de pessoas são afetadas por problemas de deficiências de micronutrientes e 500 milhões de pessoas sofrem de obesidade, segundo a FAO.

Entre os participantes da conferência está o papa Francisco. Graziano da Silva disse que as “igrejas desempenham um papel fundamental” neste tema e a presença do papa é um símbolo da cooperação da FAO com todas as religiões. Além do papa, a FAO referiu que “outros chefes de Estado e de Governo, dignitários e líderes religiosos” também foram convidados para a CIN-2.

Também estarão presentes o secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, o Presidente da Itália, Giorgio Napolitano, a Presidente do Chile, Michelle Bachelet, entre outros.