1.7.14

Desemprego volta a diminuir, mas há 736 mil pessoas sem trabalho

Pedro Crisóstomo, in Público on-line

Taxa recuou em Maio para 14,3%. Há 135 mil jovens desempregados. Na zona euro, o desemprego estabilizou.

A taxa de desemprego em Portugal voltou a recuar em Maio, baixando para 14,3% da população activa, segundo o Eurostat. O número oficial de desempregados estimados pelo gabinete estatístico da União Europeia cai, assim, para 736 mil – menos 14 mil pessoas do que no mês anterior.

A trajectória de descida iniciou-se em Maio do ano passado — este é o 13.º mês consecutivo em que se regista um recuo na taxa medida pelo Eurostat, que cruza dados do Instituto Nacional de Estatística (trimestrais) com números do Instituto do Emprego e Formação Profissional (IEFP).

Apesar da trajectória descendente, a actualização estatística do Eurostat mostra, porém, um número de desempregados historicamente elevado, com o desemprego jovem ainda próximo da barreira dos 35%. Entre a população dos 15 aos 24 anos, o desemprego é de 34,8%. São 135 mil jovens.

O desemprego entre as mulheres é de 14,3%, apenas uma décima abaixo da taxa de desemprego masculina. Os 736 mil desempregados apenas dizem respeito ao desemprego registado. Mas a esse universo somam-se centenas de milhares de pessoas inactivas que estão fora do mercado de trabalho

Os dados mais recentes do INE – que não são directamente comparáveis com os do Eurostat, quer no tempo, quer na metodologia de cálculo – dão conta de 788,1 mil desempregados no primeiro trimestre. Para além destes, havia 25,8 mil inactivos à procura de emprego, mas não disponíveis no período estatístico considerado nos inquéritos do INE. E somavam-se ainda outras 276,6 mil pessoas inactivas disponíveis para trabalhar, mas que também não se enquadram na definição oficial de desemprego, porque não procuraram trabalho no período de referência das estatísticas.

As estimativas iniciais do Eurostat apontavam para uma estabilização da taxa nos três primeiros meses deste ano, mas a habitual revisão das estatísticas mensais mais recentes levou mais tarde o instituto estatístico a baixar as estimativas.

Na UE há 25,1 milhões de desempregados
No conjunto dos países que partilham a moeda única, a taxa de desemprego manteve-se em 11,6% da população activa, o mesmo nível que se registava em Abril. Ao todo, há 18,5 milhões de desempregados na zona euro, numa União Europeia onde o desemprego oficial abrange 25,1 milhões de cidadãos.

A Áustria (com um desemprego de 4,7%), a Alemanha (5,1%) e Malta (5,7%) são os países da União com as taxas mais baixas.

Pelo contrário, na Grécia, o nível de desemprego é o mais elevado, com uma taxa de 26,8% (ainda relativa a Março). A seguir está Espanha, onde um quarto da população activa está fora do mercado de trabalho (5,6 milhões de desempregados). Em Maio, a taxa não descolou dos 25,1% que já se registavam em Abril; e o desemprego jovem, que estava em queda, voltou a aumentar, ainda que de forma muito ténue, para os 54%.

É um desemprego estrutural na faixa etária dos 15 aos 24 anos que só é maior na Grécia (57,7%) e que se distancia largamente dos níveis de desemprego dos outros países europeus, mesmo daqueles onde o número de jovens sem trabalho é também muito elevado, como os casos de Itália (43%), Portugal (34,8%) ou Eslováquia (32,4%).