15.3.13

Governo agrava recessão para 2,3% e desemprego ultrapassa 18% este ano

Raquel Martins e Sérgio Aníbal, in Público on-line

Meta para défice de 2013 é de 5,5%. Desemprego aumenta e recessão agrava-se para 2,3%.

O Governo espera que a taxa de desemprego cresça dos 15,7% em 2012 para 18,2% já este ano e continuará a subir em 2014 atingindo um novo máximo histórico de 18,5%.

Na conferência de imprensa para anunciar os resultados da sétima avaliação, o ministro das Finanças agravou as perspectivas para a economia portuguesa. O PIB cairá 2,3%, muito acima das previsões de 1% definidas no Orçamento do Estado.

Em 2014, a economia terá uma ligeira recuperação e crescerá 0,6%.

Esta trajectória será acompanhada por um forte aumento do desempego. No final de 2013, a taxa de desempego deverá chegar aos 18,2% no final deste ano e em 2014 ficará próximo dos 19%.

O ministro apontou para uma taxa de 18,5% no final do próximo ano e só em 2015 o desemprego começará a diminuir para 18,1%, para chegar a 17,5% em 2016.

Vítor Gaspar considerou que se trata de um “valor muito elevado”. “O desemprego é um flagelo pessoal, familiar e social. Uma das experiências mais traumáticas”, frisou, destacando os efeitos do aumento do desemprego jovem que se tem verificado em Portugal.

No último trimestre do ano, a taxa de desemprego pulou para os 16,9% (valor que compara com os 14% apurados no final de 2011).Em Janeiro o Eurostat dava conta que a taxa de desemprego chegou aos 17,6%.

No Orçamento do Estado, o executivo espera fechar 2013 com uma taxa de desemprego de 16,4%.

Défice deste ano revisto para 5,5%
A troika reviu em forte alta os objectivos do défice público para Portugal. A meta para este ano passou de 4,5% para 5,5%, enquanto em 2014, Portugal tem agora de atingir um défice de 4% em vez dos 2,5% inicialmente previstos e que ficam adiados para 2015.

O ministro das Finanças garantiu que não se trata "nem de mais tempo, nem de mais dinheiro", mas apenas de um ajustamento necessário das metas do défice que passam a prever um défice inferior a 3% apenas para um período que fica além do prazo de finalização do programa.

Já para 2012, verifica-se uma derrapagem do valor do défice face aos 5% inicialmente previstos. O défice público que o Governo irá reportar ao Eurostat para 2012 será de 6,6% do PIB. Este valor é superior aos 5,9 registados em 2011. A explicação para esta derrapagem está no facto de o Eurostat não ter aceite a utilização da receita da venda de concessão aeroportuária à ANA e a existência de novas reclassificações de despesa.

A dívida pública ficará também acima do previsto, atingindo os 123,7% em 2014.