28.2.12

Ano europeu deve ser de todos e não apenas dos idosos

in Açoriano Ocidental

O presidente da Cáritas Portuguesa, Eugénio Fonseca, disse esperar que o Ano Europeu do Envelhecimento Ativo e Solidariedade entre as Gerações, “não seja o ano dos idosos, mas de todos”.

O Ano Europeu do Envelhecimento Ativo e Solidariedade entre as Gerações, cuja abertura oficial em Portugal decorre hoje numa cerimónia em Lisboa, procura chamar a atenção para o contributo das pessoas mais velhas para a sociedade e para a promoção de medidas que criem melhores oportunidades para que se mantenham ativas.

Em declarações à agência Lusa, Eugénio Fonseca disse que a Cáritas vai estar “muito empenhada” nesta iniciativa, esperando que tenha o mesmo impacto do Ano Europeu do Voluntariado 2011, em que “se criaram dinamismos de alerta e de sensibilização nas pessoas para a dimensão da cidadania, que é estar ao serviço dos outros e não apenas dar meios”.

“Espero é que não seja o ano dos idosos, espero que seja o ano de todos”, sublinhou Eugénio Fonseca, apelando ao envolvimento de todos e, “muito particularmente, dos jovens, porque todos estamos a envelhecer”.

Para o presidente da Cáritas, todos têm um contributo a dar: “ninguém pode dizer, isso não é comigo. É esse o apelo que este ano do envelhecimento ativo nos traz”.

“O envelhecimento ativo diz-nos que cada um é responsável pela construção do bem comum até que a morte nos visite”, rematou Eugénio Fonseca.

Já a coordenadora nacional do Ano Europeu do Envelhecimento Ativo defendeu a importância desta iniciativa para passar a mensagem de que os mais velhos “são úteis, capazes e fazem falta à sociedade”.

O objetivo “é sensibilizar, informar e formar a opinião pública e os atores relevantes da sociedade portuguesa para as questões do envelhecimento ativo, como uma forma de se envelhecer com qualidade, saúde, segurança e com participação na sociedade”, disse à Lusa Joaquina Madeira.

Para Joquina Madeira, é necessário “valorizar a pessoa idosa como contribuinte ativo para a sociedade e não como o consumidor, o inútil que, por ter uma idade avançada se põe de lado”.

O Ano Europeu 2012 pretende incentivar os trabalhadores mais velhos a permanecer no mercado de trabalho e criar condições para que possam contribuir para a sociedade enquanto voluntários ou prestadores de cuidados a familiares, evitando assim sentimentos de isolamento social.

A promoção da saúde para prevenir a dependência e melhorar a acessibilidade dos edifícios públicos, infraestruturas, transportes e habitação para os idosos permaneceram o mais independentes possível, são outros objetivos do Ano Europeu.

Dados publicados pelo Eurostat indicam que em 2010, pelo menos, 29,8% da população portuguesa tinham mais de 50 anos, comparativamente com os 24,2% de 1990.

Paralelamente, a sondagem publicada pelo Eurobarómetro em janeiro 2012 sobre o envelhecimento ativo, revelou que 59% da população portuguesa considerava o país amigo dos idosos.