in Público on-line
Mais de meia centena de dirigentes sindicais da administração pública concentraram-se hoje junto da sede da Representação Permanente da Comissão Europeia (CE), em Lisboa, em protesto contra as políticas da Comunidade Europeia que levam “à recessão e à pobreza”.
“Os trabalhadores e os povos não estão de acordo com as políticas que estão a ser desenvolvidas pela Comunidade Europeia, as quais levam a caminhos para uma situação de recessão e não têm nenhuma luz ao fundo do túnel que preveja o crescimento económico, o que vai levar à pobreza”, disse o dirigente sindical Artur Sequeira.
A concentração insere-se no dia internacional de luta dos trabalhadores dos Sindicatos da Administração Pública, amigos e filiados na União Internacional de Sindicatos (UIS) e Serviços Públicos e Similares da Federação Sindical Mundial (FSM).
O responsável da UIS, que entregou na Representação Permanente da Comissão Europeia, em Lisboa, um manifesto no qual se defendem os serviços públicos e a soberania nacional, criticou a ofensiva que visa “atacar e privatizar os serviços públicos, nomeadamente, na saúde, educação, segurança social e na cultura, para beneficiar “o grande capital” nacional e internacional “enriquecendo-o ainda mais”.
“Este enriquecimento é feito à custa dos recursos económicos de Portugal, recursos que são gerados pelos trabalhadores, que estão sujeitos a cargas fiscais superiores às dos detentores do grande capital”, esclareceu.
A acção teve também como objectivo protestar contra “as políticas que têm na sua base um ataque feroz aos direitos dos trabalhadores, de todos eles, incluindo os da administração pública”.
No entanto, os trabalhadores da administração pública, explicou Artur Sequeira, são “os bodes expiatórios”, aparecendo como “os culpados de toda uma falha de política económica” que tem vindo a ser posta em prática por sucessivos governos e que são de cariz neoliberal.
“Os governos levaram o país, a Europa e o mundo à situação actual e nós [administração pública] estamos a ser os bodes expiatórios deles”, sublinhou.
No caso dos serviços públicos há “um ataque generalizado em toda a Europa aos trabalhadores da administração pública e, Portugal, não é uma excepção, isto é uma situação geral”, disse.
“É necessário dizer que a Comunidade Europeia tem de contar com a posição dos povos face aquilo que é acordado sem que eles sejam devidamente ouvidos, pois são simplesmente vítimas das posições que lhes são impostas internacionalmente pelo grande capital, em que a Europa tem na Comunidade Europeia a sede que fiscaliza e impõe as medidas”, conclui.