24.2.12

Estado vai pagar a agências privadas para arranjarem trabalho

in Agência Financeira

Governo lança duas experiências-piloto em Lisboa e Porto até ao final deste ano

O Governo admite pagar a agências privadas que arranjem trabalho a desempregados não subsidiados pelo Estado, uma tarefa que até agora tem estado nas mãos dos centros de emprego.

«Se se verificar que os serviços privados de emprego têm sucesso na colocação de desempregados não subsidiados, o Estado admite pagar a essas agências por esse serviço», disse o secretário de Estado do Emprego Pedro Martins, ainda ontem, aos jornalistas.

O responsável garantiu que o objetivo é complementar o programa de relançamento do sistema público de emprego e que envolve o lançamento de duas experiências-piloto nas áreas metropolitanas de Lisboa e Porto - zonas mais afetadas - até ao final deste ano.

«Vemos com interesse essa possibilidade e contamos ter até final do ano o enquadramento necessário para isso, embora não seja uma prioridade», acrescentou.

O modelo, de acordo com Pedro Martins, tem como fim o combate ao desemprego e é muito próximo ao que já decorreu no Reino Unido e Suécia, onde os «resultados foram satisfatórios».

Esta sexta-feira, o jornal «Público» escreve que o serviço seria pago pelo Instituto de Emprego e Formação Profissional (IEFP) tendo em conta a percentagem de colocados e a duração dos contratos de trabalho.

Segundo o programa aprovado na quinta-feira em Conselho de Ministros, os novos desempregados vão ser chamados ainda para ações de formação, que terão uma duração entre 50 e 300 horas e que decorrem duas semanas após a inscrição no Centro de Emprego.

Também ontem, o ministro da Economia anunciou que quer empregar 3 mil pessoas por mês, aumentando em 50% o número de colocações de trabalhadores desempregadas até 2013.

Numa resolução já aprovada , o Executivo admitiu ainda financiar agências de colocação de desempregados, que são empresas privadas, para ajudar nesse objetivo.

O diploma aprovado em Conselho de Ministros visa, segundo Álvaro Santos Pereira, «a modernização do sistema de informação dos centros de emprego, o que irá facilitar a colocação de ofertas no portal netemprego e permitirá a criação de um registo eletrónico público de todas as ofertas de emprego captadas pelo Instituto do Emprego e Formação Profissional (IEFP)».

No programa insere-se ainda a criação de um gestor de carreira, que pretende facilitar o regresso ao mercado de trabalho.

A agência Lusa escreve que o Programa de Relançamento do Serviço Público de Emprego inclui oito eixos e um conjunto de medidas que visam fomentar a captação de ofertas de emprego, cooperar com parceiros para a colocação de desempregados, reestruturar a rede de Centros de Emprego e Centros de Formação Profissional, entre outras.

Álvaro Santos Pereira adiantou que a rede de centros de emprego vai ser reestruturada e sujeita a fusões para se tornar «mais ágil» e que vão ser reduzidos cerca de 150 dirigentes, «que vão passar a desempenhar tarefas técnicas de apoio direto a desempregados».

O anúncio acontece numa altura em que uma equipa de ação europeia de combate ao desemprego jovem viajou para Portugal, onde se regista uma taxa de 34,5 por cento de população jovem sem trabalho, com a missão de arranjar soluções para o problema.