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A primeira-ministra do Bangladesh, Sheikh Hasina, propôs hoje para a presidência do Banco Mundial (BM) o inventor do microcrédito e um dos principais opositores do governo de Dacca, o prémio Nobel da Paz Muhammad Yunus.
«Hasina disse que se Yunus se tornar presidente do BM, poderá difundir o microcrédito como uma solução para o alívio da pobreza em todo o mundo», afirmou Molla Waheduzzaman, secretária da primeira-ministra, relatando à agência noticiosa France Presse um encontro entre Sheikh Hasina e uma delegação de deputados do Parlamento Europeu, de visita ao país.
Hasina frisou junto dos deputados europeus que Yunus - fundador e ex-presidente do banco Grameen - granjeou, junto como o banco, respeito internacional pelo papel pioneiro na utilização de empréstimos de pequenas verbas para combater a pobreza.
O norte-americano Robert Zoellick, presidente do BM, termina a 30 de Junho o mandato de cinco anos à frente da instituição, abrindo assim a corrida à sua substituição na liderança do banco.
A prática tem sido atribuir a liderança do Fundo Monetário Internacional a um europeu e a do BM, que terá que ser decidida até 20 de Abril, a uma figura dos Estados Unidos.
O banco central do Bangladesh, no ano passado, exigiu a saída de Yunus do banco Grameen, por ter ultrapassado a idade obrigatória de reforma, numa manobra que os observadores consideraram ter sido instigada pelo governo liderado por Sheikh Hasina
A pressão para Yunus sair da instituição mereceu críticas da comunidade internacional, incluindo do governo dos Estados Unidos.
A relação entre Hasina e Yunus começou a piorar quando o fundador do microcrédito, conhecido como o 'banqueiro dos pobres', criou um partido político em 2007, quando o governo era militar.
Lusa/SOL