15.5.12

Estatísticas oficiais subestimam desemprego jovem

in Económico

Mais de metade dos jovens desempregados não aparecem nas estatísticas porque já desistiram de procurar trabalho.

O desemprego entre jovens de 15 a 24 anos está nos 22,6% para a média dos 30 países da OCDE - sete pontos mais que em 2007.

Em alguns países, contudo, a situação é muito mais grave: em Espanha e na Grécia a taxa ultrapassa os 50%, em Portugal está nos 36,1%, mas mesmo assim a taxa de desemprego "não reflete toda a realidade", alerta a OCDE.

"Muitos jovens que abandonaram o sistema de ensino deixaram de aparecer nas estatísticas de emprego", lê-se num comunicado da organização, estimando em 23 milhões o número de jovens sem trabalho. "Mais de metade desistiu de procurar por emprego", afirma o documento.

Para a OCDE, há "uma preocupação crescente de que uma proporção significativa e cada vez maior da população esteja em risco de um desemprego ou inactividade prolongados".

A OCDE lançou um apelo aos ministros do Trabalho do G20 - que estarão reunidos na quinta-feira no México - para que concentrem os seus esforços na criação de emprego para os jovens.

"Os governos devem tratar deste problema social e económico com acções determinadas e concretas", afirmou Angel Gurría, secretário-geral da OCDE.

Entre as medidas concretas que a OCDE propõe está a redução das contribuições para a segurança social dos empregadores ou subsídios salariais para quem contrate jovens. A OCDE também defende o reforço de programas de estágios e formação.

O Instituto Nacional de Estatística (INE) divulga na quarta-feira os seus números atualizados sobre o mercado de emprego, com dados para o primeiro trimestre deste ano.