20.6.12

Famílias com crianças gastam mais 10 mil euros por ano

in Jornal de Notícias

As famílias com crianças gastam em média mais dez mil euros por ano do que os agregados sem dependentes menores, o que representa mais 60% da despesa, segundo dados do Instituto Nacional de Estatística.

De acordo como o "Inquérito às Despesas das Famílias 2010/2011", divulgado, esta quarta-feira, pelo INE, a despesa total anual média dos agregados com crianças dependentes situou-se em 26.775 euros, ou seja, 31% acima da média global (20.391 euros).

Comparando com a despesa anual dos agregados sem crianças dependentes, que gastam em média 16.705 euros por ano, percebe-se que estes gastam 60% menos do que as famílias com crianças.

O inquérito mostra que a habitação, transportes e alimentação consomem em média 57% do orçamento anual dos agregados familiares que vivem em Portugal. No entanto, a distribuição do orçamento depende do tipo de família.

O Inquérito do INE divulgado mostra que os agregados com dependentes investem dez vezes mais em educação: quem tem filhos gasta em média 1.028 euros por ano, enquanto as famílias sem dependentes se ficam pelos 102 euros anuais.

Os gastos em vestuário e calçado também são diferentes: nas casas com crianças, o orçamento médio anual atinge os 1.189 euros, o dobro do registado nas casas sem dependentes menores, que ronda os 507 euros.

As famílias com filhos gastam ainda o dobro em atividades de "lazer, distração e cultura" (1.648 euros face a 740 euros do orçamento dos agregados sem crianças), em transportes (4.276 euros versus 1.196 euros), e ainda o dobro em outros "bens e serviços" (1.881 euros face a 928 euros).

Também na área da saúde, as famílias com filhos têm mais encargos, mas a diferença é menos notória: anualmente são gastos em média 1.190 euros entre os agregados com crianças dependentes e 1.184 euros entre os que não têm crianças.

As famílias que vivem na zona de Lisboa e no norte são as que gastam mais dinheiro. Já os alentejanos são os que têm os orçamentos mais diminutos (16.774 euros por ano), logo seguidos dos que vivem nas regiões autónomas dos Açores e da Madeira.

Os resultados hoje divulgados baseiam-se num inquérito realizado entre março de 2010 e março de 2011 de uma amostra representativa dos agregados familiares residentes em Portugal.