por Domingos Pinto, RR
Responsáveis da ONG estão preocupados com impacto das medidas de austeridade
Aires defende modelo social europeu
Contrariamente aos compromissos assumidos pelos líderes europeus, não houve nem alocação de recursos, nem estabelecimento de metas contra a pobreza, diz o presidente da REAP.
A Rede Europeia Anti Pobreza (REAP) pede o fim do ataque aos sistemas de protecção social. Os responsáveis deste organismo dizem que há um défice de solidariedade e democracia na Europa e exigem uma agenda social de combate à pobreza.
A REAP não tem dúvidas, os estados-membros não estão a cumprir objectivos há muito definidos para atacar este problema, diz Sérgio Aires, o português à frente da organização não-governamental.
“Houve um conjunto de compromissos assumidos, apesar de tudo e independentemente do momento que vivemos, em relação a uma estratégia europeia, a 25, para o combate à pobreza”, lembra o responsável.
“Esses objectivos estão longe de ser cumpridos, mas mais do que isso, os compromissos assumidos pelos estados-membros não estão a ser cumpridos, nomeadamente a definição de metas e muito menos a alocação de recursos, quer financeiros, quer outros, a esta estratégia”, critica Sérgio Aires.
O presidente da REAP deixa um desafio a quem critica o modelo social europeu: “Há quem coloque a questão de que não há sustentabilidade no modelo social europeu - nós defendemos que não só há, como tem que haver. É aquilo que de alguma maneira ainda está a amortecer as consequências da crise, e portanto devíamos preservá-los”, defende.
A Rede Europeia Anti Pobreza já expressou as suas preocupações numa carta enviada esta quarta-feira aos ministros dos Assuntos Sociais da União Europeia, precisamente na véspera do Conselho do Emprego e Assuntos Sociais, marcado para esta quinta e sexta-feira.