por Ana Lisboa, in RR
Crise "não pode esquecer" os mais carenciados
"Os mais ricos são aqueles que são mais folgados na resposta a esta situação [de crise]", refere a Rede Europeia Anti-Pobreza. Por sua vez, a Cáritas pede que seja assegurada a continuidade do programa europeu de assistência alimentar.
A propósito da realização do Conselho Europeu, a delegação portuguesa da Rede Europeia Anti-Pobreza (REAP) pediu ao primeiro-ministro português e a todos os chefes de Governo dos 27 que se lembrem dos pobres. O presidente da REAP, padre Jardim Moreira, escreveu uma carta em que alerta para o impacto "dos erros do sistema capitalista" na vida dos que menos têm.
“Achamos que, neste momento de crise europeia, os pobres são aqueles que têm sido as maiores vítimas de toda esta crise. São eles que são penalizados por causa dos erros do sistema capitalista e os mais ricos são aqueles que são mais folgados na resposta a esta situação.”
O padre Jardim Moreira espera para que seja dada prioridade à redução da pobreza, a qual, diz, não está a ser vista como uma preocupação.
Também a Cáritas portuguesa escreveu a Passos Coelho para pedir que se mantenha o programa da União Europeia de ajuda alimentar aos mais carenciados e que seja possível ajustá-lo ao quadro financeiro dos fundos estruturais europeus.
“Que se mantenha este programa, porque ajuda a minorar uma necessidade tão básica como é o acesso à alimentação a aproximadamente 18 milhões de pessoas em todo o espaço europeu”, refere Eugénio Fonseca, presidente da Cáritas.
“Pedimos que se mantenha, porque sabemos que esta é uma matéria que tem sido questionada nos últimos tempos, face a uma decisão do Tribunal Europeu de Justiça que contestou a legalidade do financiamento deste programa. Sabemos que basta haver vontade política para o enquadramento legal deste programa”, afirma Eugénio da Fonseca.
O apelo da Cáritas foi enviado ao primeiro-ministro, que participa esta quinta e sexta-feira na reunião do Conselho Europeu, em Bruxelas.