Por Paulo Miguel Madeira, in Público on-line
Os agregados familiares portugueses gastaram uma média anual de 20,4 mil euros em 2010/2011, registando-se um aumento forte das despesas com habitação e queda com a alimentação face ao início do século, revelou esta quarta-feira o INE.
As despesas com habitação, transportes e produtos alimentares representaram, neste período, 57% da despesa anual média dos agregados familiares, mantendo-se o perfil da estrutura da despesa registada em 2000, revela o Inquérito às Despesas das Famílias, cujos dados relativos a 2010/ 2011 foram divulgados hoje.
Mas o peso das despesas anuais com habitação subiu de 19,8% em 2000 para 29,2% em 2010/2011, e o das despesas com bens alimentares desceu de 19,8% em 2000 para 13,3% agora. Em 2005/ 2006 registara-se também uma subida do peso da despesa com habitação e queda da despesa com alimentação.
A seguir àquelas três categorias, as maiores despesas registam-se com hotéis, restaurantes, cafés e similares: 2111 euros. A despesa média com habitação, água, electricidade, gás e outros combustíveis foi de 5958 euros, seguindo-se os 2957 com transportes e 2703 com alimentação e bebidas sem álcool.
O valor da despesa média encerra uma forte diferença entre as várias regiões do país. Como seria de esperar, o valor mais elevado registou-se em Lisboa (22.384 euros), seguido do Norte (20.671), Algarve (19.967), Centro (19.183), Madeira (18.586), Açores (17.626) e Alentejo (16.774).
Em Lisboa, a despesa média das famílias foi 33,4% mais elevada do que no Alentejo. Estes valores não revelam no entanto a despesa por pessoa, devido às diferenças entre o número médio de indivíduos por agregado.
O rendimento líquido total anual médio, em 2009, foi de 23.811 euros por agregado familiar, correspondendo 19.201 euros a (80,6%) a rendimento monetário e 4610 euros (19,4%) a rendimento não monetário – sobretudo o derivado do valor de uso de habitação própria ou cedida (autolocação) e também autoconsumo.