28.6.12

Parceiros pedem travão na austeridade e aposta no crescimento

Por Lusa, Raquel Martins, in Público on-line

Passos Coelho foi à Concertação Social ouvir patrões e sindicatos na véspera de mais um Conselho Europeu, mas saiu sem fazer declarações.

As confederações patronais pediram esta manhã ao primeiro-ministro para pôr um travão na austeridade, alargando os prazos de cumprimento das metas orçamentais, e esperam que do Conselho Europeu de quinta e sexta-feira saiam medidas que ponham o país a crescer.

“Não estamos de acordo com mais medidas de austeridade”, disse o presidente da Confederação do Comércio e Serviços de Portugal (CCP), João Vieira Lopes, à entrada da reunião de Concertação Social com Passos Coelho.

Para Vieira Lopes, na mesma linha de Espanha, “o Governo português deve encontrar em termos europeus condições mais aliviadas para cumprir os objectivos”.

“É preciso aliviar a carga fiscal das empresas, a perda de rendimentos dos portugueses. Não acreditamos que as exportações só por si possam por si servir para criar o emprego suficiente para sairmos da crise”, disse.

Já o presidente da Confederação Empresarial de Portugal (CIP), António Saraiva, espera que “deste Conselho Europeu finalmente saiam medidas que ponham a Europa a crescer”.

“Temos vindo a dizer que a radiografia que nos foi feita em Abril de 2011 era diferente. Hoje é o médico que tem de olhar para este doente e definir outra terapia, alargando prazos se necessário”, defendeu.

João Proença, líder da UGT, receia que do encontro dos líderes europeus “não saia nenhuma decisão importante” para aplicação imediata, mas sim um conjunto “de boas intenções”. E defende que deveria ser criado um mecanismo para proteger os países em dificuldades da especulação.

Já Joaquim Dionísio, da CGTP, disse não ter grandes expectativas em relação à cimeira.

Passos Coelho saiu do encontro com os parceiros sem prestar declarações, remetendo para o debate parlamentar desta tarde.

A reunião de Concertação Social continua a decorrer. O secretário de Estado da Administração Pública, Hélder Rosalino, tem previsto um balanço da reforma da legislação laboral no sector público.