in Jornal de Notícias
As famílias portuguesas gastam mais em hotéis, restaurantes e cafés do que em saúde e educação, apesar de estas duas áreas terem cada vez mais peso no orçamento familiar, revela o Instituto Nacional de Estatística.
Logo a seguir, na listagem dos grupos com mais impacto no orçamento familiar, surgem os gastos em hotéis, restaurantes cafés e similares que representam um gasto médio anual de 2111 euros (menos 600 euros que o dinheiro gasto em alimentação).
De acordo com no "Inquérito às Despesas das Famílias 2010/2011", divulgado hoje pelo INE, os gastos com habitação, transportes e alimentação consomem em média 57% do orçamento anual dos agregados familiares.
Já a "saúde" representa para as famílias que vivem em Portugal um encargo médio anual de 1.186 euros, aproximando-o do valor gasto em atividades de "lazer, distração e cultura" (1.073 euros).
Comparando com a situação vivida em 2000, percebe-se que as áreas da "saúde", "ensino", "lazer, distração e cultura" e "hotéis, restaurantes, cafés e similares" têm um peso cada vez maior no orçamento familiar.
Ligado ao conforto do lar, os artigos de decoração, móveis, eletrodomésticos e despesas correntes de manutenção da habitação representaram 864 euros, pouco mais do que o gasto anual em vestuário e calçado (757 euros).
Em Portugal, as famílias gastam mais em comunicações do que no ensino: as comunicações representam 680 euros e o ensino 441 euros.
No final da tabela das despesas, surgem as bebidas alcoólicas, o tabaco e os narcóticos que representam um gasto médio anual de 384 euros.
As famílias que vivem na zona de Lisboa e no norte são as que mais gastam: se a média nacional da despesa anual ronda os 20.300 euros, em Lisboa a média sobe para 22.384 euros por agregado familiar e no norte é 300 euros acima de média (20.671 euros).
As famílias alentejanas são as que menos gastam (16.774 euros), seguidas dos agregados familiares das regiões autónomas dos Açores e da Madeira (17.626 euros e 18.586 euros respetivamente) e das famílias que vivem no centro (19.183 euros).
O Algarve é quem se aproxima mais da média, com os agregados familiares a terem uma despesa média anual de 19.967 euros.
Os resultados hoje divulgados baseiam-se num inquérito realizado entre março de 2010 e março de 2011 a amostra representativa dos agregados familiares residentes em Portugal.